No texto de segunda-feira, expus a nova estratégia americana para situações de confronto internacional onde os EUA precisam estar presentes, mas não têm intenção de envolvimento direto. Curiosamente, nesta terça, pesquisa do jornal USA Today e do Pew Research Center mostram como o presidente Obama parece estar no caminho certo de representação da população americana.
De acordo com a pesquisa, 53% dos entrevistados são favoráveis às sanções contra a Rússia. Entre eleitores dos dois partidos (Democrata e Republicano), há forte oposição ao envio de armamento americano (62%). E, coroando a leitura da equipe de Obama sobre as prioridades dos cidadãos comuns, 72% dos que participaram da pesquisa disseram que o presidente deve focar mais nas questões internas do que na política internacional. Ou seja, o discurso do líder americano durante a exposição das novas sanções está em pleno acordo com a opinião dos cidadãos comuns, o que possivelmente irá reforçar o distanciamento de Washington em relação aos assuntos externos que não sejam considerados fundamentais.
Agora, para causar certo constrangimento, há resultados secundários que reforçam a ideia de falta de interesse dos americanos nas notícias internacionais; um em cada três entrevistados disse que pouco sabia do assunto – 20% disseram que não sabiam nada, não ouviram nem falar da crise na Ucrânia. Particularmente, acho que a pesquisa obteria dados parecidos por aqui. Fundamental mesmo é o retrato da diferença de gerações: entre os que têm até 30 anos de idade, somente 20% consideraram a situação muito importante aos EUA. Mas, para entrevistados com faixa etária entre 50 e 64 anos, o índice mais do que dobra, 41%. A diferença é fruto do olhar distinto de uma geração que viveu boa parte da vida durante a Guerra Fria.
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