Novamente, o ditadorzinho Kim Jong-un decidiu aumentar o tom das ameaças contra Coreia do Sul e EUA. Em parte este é o mesmo comportamento adotado por seu pai, mas há uma diferença importante: a intensidade do discurso e, principalmente, a dúvida sobre o quanto e quando este “querido líder” está disposto a transformar o jogo conhecido da Coreia do Norte em realidade.
Desta vez, o novo ditador do país quer mesmo ser levado a sério. Tem enviado fotos oficiais de suas forças armadas em treinamentos e disse que pode usar armamento nuclear contra sul-coreanos e americanos. Existe um consenso – que inclusive foi tema de post por aqui recentemente – que aposta neste tipo de manobra pitoresca como uma tentativa do novo líder de conseguir respeito. Faz sentido, na medida em que estamos falando do país mais isolado do mundo e que costuma repetir esta receita há 20 anos. No entanto, é uma situação para lá de arriscada se garantir somente em atitudes pregressas e ter a certeza de que este sucessor da linha de poder na Coreia do Norte não vai mesmo apertar os botões errados.
Os EUA também estão em alerta, afinal de contas têm recebido ameaças diretas e há muito que ser perdido caso Kim Jong-un decida seguir em frente com planos de agressão concretos. Escrevi sobre isso por aqui algumas vezes; é muito importante ter em mente que a presença dos americanos na Ásia tende a aumentar bastante, na medida em que a região se consolidou como um dos principais centros do comércio internacional. Este é um pilar da política externa dos EUA, uma dessas diretrizes que não mudam, seja lá qual for o ocupante da Casa Branca.
É por isso que Washington investe na proteção da Coreia do Sul e do Japão. A crise na península coreana é também uma ameaça de expulsão dos EUA. Os americanos certamente não irão abrir mão de sua estratégia internacional histórica em função das ameaças de Kim Jong-un. Até porque deixar a Ásia é abrir caminho para concorrentes importantes, entre eles o principal aliado das Coreia do Norte: a China.
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