Como de costume, os encontros e desencontros entre líderes internacionais na ONU acabam por gerar uma série de consequências diplomáticas e geopolíticas. Cada uma das lideranças mundiais desembarca em Nova Iorque suas próprias questões e reivindicações. O simples fato de os principais representantes dos países estarem reunidos em uma única cidade já é, por si só, motivo de grande ansiedade para a imprensa. A cidade americana fica ainda mais cosmopolita, uma vez que os políticos e suas comitivas acabam por criar agendas próprias – encontros com estudantes nas universidades e entrevistas com a imprensa de seus próprios países e também veículos internacionais.
No centro da polêmica periódica que é a Assembleia Geral, o Irã. Isso não é novidade. Washington e Teerã estão oficialmente separados desde a chamada Revolução Iraniana, ocorrida em 1979. Nos últimos oito anos, a tensão entre o Irã e o Ocidente aumentou ainda mais em função das ações e declarações do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad. O programa nuclear do país é alvo de suspeita internacional e negociações para interromper a corrida atômica iraniana foram infrutíferas. Do ponto de vista retórico, Ahmadinejad usou o palanque da ONU para atacar Israel, chegando a dizer que o país deveria ser “riscado do mapa”. O ex-presidente iraniano também acabou se transformando no principal agente político do antissemitismo ao negar a existência do Holocausto.
Todo este cenário rendeu expectativas sobre a primeira visita de seu sucessor, Hassan Rouhani, à ONU. Em virtude de seu programa nuclear, o Irã é alvo de sanções internacionais, medidas que afetam diretamente a economia do país e que, segundo a comunidade internacional, tornaram-se necessárias para levar os iranianos a flexibilizar seu projeto atômico cujos propósitos pacifistas (conforme versão oficial de Teerã) são bastante questionáveis. Rouhani é visto como mais moderado que Ahmadinejad e me parece que uma das razões de sua eleição é justamente a de ser um contraponto ao ex-presidente, principalmente para conseguir negociar com o Ocidente.
O novo presidente iraniano tem seguido bem neste caminho; desejou um bom ano aos judeus em sua conta no Twitter (por ocasião de Rosh Hashaná) e, principalmente, evitou o discurso de negação do Holocausto em entrevista à CNN. A comitiva iraniana acabou por se reunir com diplomatas ocidentais, entre eles o próprio secretário de Estado dos EUA, John Kerry, no primeiro encontro de representantes políticos de alto escalão de Washington e Teerã desde 1979.
Para o presidente iraniano, os resultados de sua presença na Assembleia Geral são positivos: conseguiu se contrapor a Ahmadinejad e já deixou marcada uma nova rodada de negociações com o Ocidente em Genebra nos próximos dias 15 e 16. Não tenho a menor dúvida de que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei – a principal autoridade do país –, previa esses resultados. Rouhani cumpriu o roteiro planejado em casa, uma vez que os iranianos precisam flexibilizar as sanções impostas pela comunidade internacional. Num próximo texto, entro em mais detalhes sobre o Holocausto e por que razões sua negação não é apenas absurda, mas representa um aspecto fundamental e uma afronta não somente aos judeus e à humanidade em geral, mas também à própria formação histórica dos países ocidentais.
No centro da polêmica periódica que é a Assembleia Geral, o Irã. Isso não é novidade. Washington e Teerã estão oficialmente separados desde a chamada Revolução Iraniana, ocorrida em 1979. Nos últimos oito anos, a tensão entre o Irã e o Ocidente aumentou ainda mais em função das ações e declarações do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad. O programa nuclear do país é alvo de suspeita internacional e negociações para interromper a corrida atômica iraniana foram infrutíferas. Do ponto de vista retórico, Ahmadinejad usou o palanque da ONU para atacar Israel, chegando a dizer que o país deveria ser “riscado do mapa”. O ex-presidente iraniano também acabou se transformando no principal agente político do antissemitismo ao negar a existência do Holocausto.
Todo este cenário rendeu expectativas sobre a primeira visita de seu sucessor, Hassan Rouhani, à ONU. Em virtude de seu programa nuclear, o Irã é alvo de sanções internacionais, medidas que afetam diretamente a economia do país e que, segundo a comunidade internacional, tornaram-se necessárias para levar os iranianos a flexibilizar seu projeto atômico cujos propósitos pacifistas (conforme versão oficial de Teerã) são bastante questionáveis. Rouhani é visto como mais moderado que Ahmadinejad e me parece que uma das razões de sua eleição é justamente a de ser um contraponto ao ex-presidente, principalmente para conseguir negociar com o Ocidente.
O novo presidente iraniano tem seguido bem neste caminho; desejou um bom ano aos judeus em sua conta no Twitter (por ocasião de Rosh Hashaná) e, principalmente, evitou o discurso de negação do Holocausto em entrevista à CNN. A comitiva iraniana acabou por se reunir com diplomatas ocidentais, entre eles o próprio secretário de Estado dos EUA, John Kerry, no primeiro encontro de representantes políticos de alto escalão de Washington e Teerã desde 1979.
Para o presidente iraniano, os resultados de sua presença na Assembleia Geral são positivos: conseguiu se contrapor a Ahmadinejad e já deixou marcada uma nova rodada de negociações com o Ocidente em Genebra nos próximos dias 15 e 16. Não tenho a menor dúvida de que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei – a principal autoridade do país –, previa esses resultados. Rouhani cumpriu o roteiro planejado em casa, uma vez que os iranianos precisam flexibilizar as sanções impostas pela comunidade internacional. Num próximo texto, entro em mais detalhes sobre o Holocausto e por que razões sua negação não é apenas absurda, mas representa um aspecto fundamental e uma afronta não somente aos judeus e à humanidade em geral, mas também à própria formação histórica dos países ocidentais.
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