No próximo dia 8, as eleições parlamentares britânicas movimentam as atenções do noticiário internacional e também da direção da União Europeia em Bruxelas. A Grã-Bretanha é um importante membro do bloco, mas seja qual for o resultado do pleito a zona do euro será impactada. Daqui a dois anos ou num prazo de cinco anos, dependendo do partido. A proposta dos conservadores é que os britânicos renegociem a associação à UE em 2017. Se os trabalhistas saírem vitoriosos, O referendo só acontecerá em 2020 caso haja demanda por transferência de mais poderes do Reino Unido para a UE.
A União Europeia é um dos temas de divergência das eleições. Até porque há elementos mais radicais, como Nigel Farage, líder do UKIP (Partido Independente da Grã-Bretanha), legenda egressa deste movimento de releitura da extrema-direita europeia e que encontra paralelos em quase todos os países europeus. Farage exige a realização de um plebiscito imediato sobre a manutenção do país na UE – e sua posição é de que os britânicos pagam pela ineficiência dos demais. Não acredito que a Grã-Bretanha deixará a UE num futuro breve, até porque, sob o ponto de vista geopolítico, tem mais a perder do que ganhar. A disputa política e econômica na Europa hoje acontece justamente entre britânicos e alemães. A Alemanha já é o carro-chefe econômico do continente, o que a torna também a peça mais relevante da política europeia. Se a Grã-Bretanha simplesmente abandonar o bloco, passará a representar unicamente a si própria no jogo político internacional, enquanto a Alemanha se consolidará definitivamente como a liderança europeia continental.
Mas a Grã-Bretanha tem outros desafios, como crescimento econômico e até a revisão do sistema de saúde nacional – que na teoria, muito na teoria, serviria de parâmetro ao SUS. A corrida pelo cargo de primeiro-ministro está em aberto entre os protagonistas Ed Miliband (líder do Partido Trabalhista) e David Cameron, líder do Partido Conservador e atual primeiro-ministro. A favor deste último dados que mostram a evolução do país durante sua administração (desde 2010): é a economia que mais cresce entre os membros do G7 e o país que mais criou empregos entre todos os associados da União Europeia.
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