A Europa contemporânea comemora os 70 anos do dia “D”, lembrando a data em que 160 mil soldados aliados lançaram a decisiva ofensiva para derrotar o nazismo.
Na costa da Normandia, na França, líderes de 18 países e milhares de veteranos de guerra estiveram presentes à cerimônia oficial na praia de Omaha. Se é possível fazer um contraponto 70 anos depois, dá para dizer que a Europa hoje atravessa período de reconstrução fundamental. É pouco provável uma guerra total europeia, mas a divisão política está evidente. O dia “D” de 2014 não marcou o início de um conflito em grande escala, mas acontece sob forte tensão política. Para constrangimento geral, estiveram presentes os atores que polarizam o impasse desses dias: o presidente russo, Vladimir Putin, o presidente americano, Barack Obama, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o recém-eleito presidente ucraniano, Petro Poroshenko.
Há informações confirmadas de que Putin e Obama conversaram pessoalmente pela primeira vez desde a crise da Ucrânia e dos acontecimentos que distanciaram EUA e Rússia. Se o evento vai marcar a aproximação entre os dois, ninguém pode dizer. Mas o dia “D” é simbólico também neste aspecto, principalmente porque foram americanos e russos os grandes responsáveis por derrotar o nazismo. Setenta anos depois, os EUA continuam a ser a principal potência mundial, posição consolidada a partir da vitória da Segunda Guerra Mundial. Já a Rússia amarga o isolamento porque, basicamente, Putin não admite o redimensionamento do poder global de Moscou após o fim da URSS. Sem juízo de valor sobre isso, por favor.
Se existe algo realmente em jogo neste dia “D” é o teste da capacidade de negociação entre ocidentais (liderados pelo EUA à frente do bloco europeu) e o Kremlin. A Ucrânia entrou de gaiato para promover esta grande negociação e está pagando caro por isso.
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