quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vai começar a Copa

Chegou a Copa do Mundo, camaradas. Finalmente. Depois de todos os tropeços, dúvidas, manifestações, escândalos e denúncias é hora de a bola rolar. Mesmo as seleções mais desconfiadas são obrigadas a aterrissar no país-sede pelo menos quatro dias antes de seu jogo de estreia. Portanto, meus amigos, não há jeito. Bem-vindos ao Brasil. 

Como não poderia deixar de ser, a imprensa internacional já está fazendo a festa. Há poucos eventos capazes de chamar tanto a atenção dos veículos de fora do que uma manifestação de indígenas atirando flechas na polícia de Brasília. Não dá para culpá-los por divulgar. 

Sou apaixonado por futebol desde minhas mais remotas memórias. Mas ainda não consigo deixar de pensar em todos os eventos que cercaram a realização desta Copa. Onde está o legado prometido? Onde estão as obras de mobilidade urbana que amenizariam o caos das cidades brasileiras? Onde estão os serviços públicos dignos? A Copa do Mundo é uma competição esportiva, está certo. Mas a justificativa para os investimentos na construção desses elefantes brancos em Manaus, Cuiabá, Brasília e até São Paulo (sim, São Paulo já tinha o Morumbi. Não existia nenhuma necessidade de se construir o Itaquerão) era que o evento traria benefícios reais no dia a dia dos cidadãos. Pouco aconteceu, esta é a verdade. O caso do estádio Mané Garrincha, em Brasília, é digno de nota. De acordo com o UOL, o custo da obra é calculado em R$ 1,6 bilhão (isso mesmo, quase R$ 2 bilhões para construir um estádio. Em Brasília) pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal. Serão necessários 1.167 anos para que os cofres públicos recuperem o investimento. 

Muita gente já se encarregou de denunciar e não quero ser mais um a repetir as mesmas questões. E, bom dizer, consigo separar os assuntos. Se como cidadão estou decepcionado, como amante do futebol pretendo aproveitar e curtir todos os 64 jogos. 

Deixo os leitores com este link. No programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na última segunda-feira, o jornalista Juca Kfouri mostra em menos de duas horas por que é um dos cidadãos mais lúcidos do país. Para quem gosta de futebol, é imperdível. Particularmente, devo dizer que Juca conseguiu me representar integralmente. 

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