O encontro entre Benjamin Netanyahu e Barack Obama, nesta segunda-feira, em Washington, pode ser traduzido quase como o ponto alto das negociações entre os dois países sobre o programa nuclear iraniano. Aliás, chamar de negociação é um equívoco. O que está acontecendo entre os líderes “aliados” é uma queda de braço. Por mais estranho que pareça, Bibi está levando a melhor. Não porque seja mais poderoso que Obama – não é –, mas pelo simples fato de estar determinado em levar adiante a sua crença de que, no final das contas, vale tudo para impedir que o Irã tenha a capacidade de produzir a bomba atômica.
Obama não suporta Bibi. Não se trata de uma análise baseada em suposições, mas no constrangedor episódio em que, sem saber que seu microfone ainda estava aberto, o presidente americano dividiu sua antipatia pelo primeiro-ministro israelense com o colega francês Nicolas Sarkozy. Mas Bibi e Obama precisam se aturar. Representam países aliados – uma aliança estratégica a ambos. A questão é que, agora, Obama tem mais a perder politicamente do que Netanyahu. A corrida presidencial americana, a crise econômica mundial que atingiu em cheio os EUA e as graves consequências que uma nova guerra no Oriente Médio certamente teriam. A própria figura de Obama e suas intenções seriam questionadas. Por tudo isso, Washington tem tentado ganhar tempo; atrasar mesmo qualquer tentativa israelense de levar adiante o projeto de impedir os avanços iranianos.
No entanto, à medida que o tempo passa, a situação vai ganhando contornos mais claros. Como escrevi alguns textos atrás, Israel se encontra no dilema de permitir a ruptura da principal diretriz de defesa do país: que algum de seus vizinhos tenha capacidade bélica similar. A bomba atômica iraniana reflete o pior pesadelo dos israelenses. O Irã não apenas é um ator regional, como também deixa muito claro estar disposto a ter a capacidade de ameaçar o Estado judeu. Pois é. Coloquei em questão se haveria disposição por parte de Jerusalém para a permitir esta situação de “empate”, se podemos dizer assim. As circunstâncias, os fatos e as análises apontam ao menos esta resposta: o líder do atual governo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, já tomou sua decisão de não passar aos livros de história como o mandatário que fez esta concessão. Na prática, isso significa que Israel irá atacar o Irã mesmo que por conta própria.
Os indícios levam a crer que esta é a resposta para uma das principais dúvidas mundiais do momento. Alguns dos sinais são muito claros: a possibilidade real de Obama vencer a corrida presidencial é interpretada por Netanyahu como a manutenção do cenário atual onde os EUA aguardam os resultados das sanções (e o Irã não retrocede em seus avanços nucleares); reportagem exclusiva da Newsweek mostra que os israelenses deixaram de repassar aos EUA informações de planejamento militar sobre o Irã na metade de 2011. A cooperação foi retomada tempos depois, mas Jerusalém continua a não repassar os dados principais; e, finalmente, a descoberta fundamental da revista alemã Der Spiegel: agentes do Mossad admitem que Israel irá atacar em 2012; fontes americanas oficiais dizem acreditar que a operação israelense deve acontecer já no próximo mês de maio.
3 comentários:
Alguem tem alguma ideia de por quê maio e nao abril ou junho?
Não acredito que haverá uma data para o ataque, caso ele ocorra, será num momento que o Irã estiver bem desapercebido...mesmo assim, acho que não dá para Israel ter sucesso sem a ajuda dos EUA...quer saber mesmo...se ocorrer uma guerra entre essas potencias, não faltará aliados para o Irã...se preparem para a WW3 amigos, e que Deus nos proteja!!!
Mister primeiro a IDF receber as primeiras unidades da versão israelense do atual F-35 Lockheed Martin Norte americano. Esses novos Jatos possuem capacitação tecnológica Stealth. Sem os aludidos aparelhos, os quais possibilitam penetrar no espaço aéreo Iraniano, atualmente bem patrulhado por eficientes sistemas de rastreamentos e letais sistemas de defesa anti-aérea de origem russa sem ser detectado com precisão e facilidade, haveria muitas perdas de aeronaves táticas. Perdas que poderiam inviabilizar o ataque. Atualmente as melhores plataformas de ataque israelenses são as unidades derivadas da versão F-15 "E" Strike Eagle (na IDF denominadas F-15 "I"). Apesar de serem dotadas de sofisticados aviônicos e recursos de contra-medidas e armamentos letais para ataque ao solo, não possuem tecnologia Stealth, apresentando alta taxa de assinatura de radar, facilitando sua detecção antecipada e provocando o Alerta antecipado para reação das defesas anti-aéreas iranianas.
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