As eleições gerais europeias começam nesta quinta-feira e se estendem até domingo. Como escrevi no último post, o cenário mais amplo é de tensão e insegurança política. Com a crise na Ucrânia e a permanente crise econômica na zona do Euro, os partidos que questionam as legendas tradicionais – e seu modo de tradicional de fazer política – ganharam força. Muito mais força do que deveriam.
Vale citar como o discurso é afinado quando se trata de expor preconceitos e atacar a própria União Europeia (UE). Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, resumiu esta plataforma de ataque à UE comum aos radicais:
“Eles nos prometeram prosperidade, recebemos recessão. Eles nos prometeram força, recebemos dependência e humilhação. Eles nos prometeram segurança nas fronteiras, recebemos acampamentos de ciganos e imigração sem controle”, disse. Este discurso é, por ora, o vitorioso na França. A Frente Nacional lidera as pesquisas com 23% das intenções de voto. Em nove dos 28 países-membros, os radicais lideram ou estão em segundo lugar.
É interessante perceber que, apesar disso tudo, a UE continua a ser o centro da vida política do continente. Se a extrema-direita ou a extrema-esquerda (caso do Syriza, na Grécia) querem tomar o parlamento europeu de assalto e implodir o bloco, a Ucrânia (ou pelo menos o que resta dela) sonha se tornar a vigésima-nona integrante do ambicioso projeto supranacional europeu. Não por acaso – e aí vale destacar o simbolismo na construção do pensamento e das intenções – sua eleição presidencial acontece justamente no domingo, último dia de votação da UE.
De uma maneira ou de outra, a UE ainda é a principal força polarizadora do continente.
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