Este tampouco é um bom ano aos EUA. Sob o ponto de vista de sua política internacional, o presidente Obama ainda não conseguiu apresentar resultados relevantes a ponto de ser lembrado como um líder que conduziu o país em suas empreitadas internacionais de maneira gloriosa. Por ora, sua gestão não pode ser considerada como um marco para as próximas gerações.
É preciso olhar em perspectiva para ser justo com Obama; é dele a responsabilidade de levar os EUA a gradativamente se recuperar da crise econômica. E ele tem conseguido obter algum sucesso nesta tarefa para lá de complicada. O presidente americano também tem recebido desafios muito complexos (certamente muito mais complexos do que enfrentou o também democrata Bill Clinton nos anos 1990, por exemplo). Quando Obama parece disponível para se desvencilhar dos problemas internos e se dedicar a resolver os impasses internacionais americanos (Iraque e Afeganistão, para ser mais específico), eis que surge o Estado Islâmico, uma espécie de mutação genética do terrorismo fundamentalista que inaugurou o século 21.
Quando Obama começa a se preparar para entender o Estado Islâmico e suas implicações no Oriente Médio, foi surpreendido por eventos catastróficos em casa, eventos para os quais Obama se preparou durante toda a sua vida: os assassinatos de cidadãos negros por policiais brancos que mobilizam a opinião pública de seu país. É neste momento que o líder admirado nacionalmente e que venceu duas eleições em sequência deveria se manifestar. Obama se preparou para isso e é a pessoa certa no cargo certo. Esta é a hora em que o presidente deveria dar o grande salto e promover um amplo debate nacional sobre racismo e violência policial contra a população negra. Se não o fizer, perderá uma chance única de salvar seu mandato e dar sentido ao fenômeno que sua primeira candidatura provocou em 2008.
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