O atentado suicida a uma escola no Paquistão foi um dos eventos mais chocantes do ano. Ele está inserido na disputa interna paquistanesa e, principalmente, no confronto entre o governo central em Islamabad e o chamado Talibã paquistanês, um arremedo de diversos grupos terroristas cujo principal objetivo é derrubar o governo e estabelecer a sharia, a lei islâmica. Assim como os acontecimentos no Oriente Médio, as disputas no limite entre o próprio Oriente Médio e a o Sudeste Asiático ganham proporções que extrapolam fronteiras nacionais.
No caso específico do Talibã – e de sua “filial” no Paquistão –, os confrontos envolvendo os interesses do grupo no Paquistão têm a ver também com a Guerra ao Terror iniciada na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Portanto, além do governo paquistanês, há também outros atores envolvidos, os EUA, por exemplo, além da ONU e dos demais países que passaram a combater o Talibã afegão.
A região de fronteira entre Paquistão e Afeganistão é perene e extensa. Além da dificuldade de policiamento e controle de quem transita entre os dois países, o Talibã paquistanês tem bases de treinamento instaladas nesta área. Outros elementos para além da oposição entre Talibã e o governo de Islamabad são os fatores regionais mais amplos, como a oposição histórica entre Índia e Paquistão. Especificamente sobre as atitudes de Islamabad em relação ao Talibã paquistanês, vale lembrar que a pressão governamental sobre o grupo aumentaram após o atentado terrorista realizado em junho deste ano no aeroporto de Karachi, a maior cidade do país e principal centro econômico. As ações do exército do Paquistão se concentram no chamado Waziristão do Norte (veja a imagem acima).
No próximo texto, vou publicar uma análise de uma jornalista paquistanesa.
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