Na Síria, mais uma tragédia. Desta vez levada adiante em Homs, pela al-Qaeda. O grupo terrorista explodiu dois carros-bomba perto de uma escola na área da cidade já retomada pelo governo de Bashar al-Assad. O segundo carro-bomba, inclusive, foi explodido enquanto os pais corriam para salvar seus filhos na escola.
Dos 54 mortos, ao menos 47 são crianças. Quando inocentes morrem, é sempre lamentável. Quando crianças morrem – sejam elas sírias, palestinas, israelenses ou de qualquer nacionalidade – é ainda mais triste. O ocorrido mostra algumas questões: a primeira delas, a complexidade da guerra civil síria, onde a ditadura do presidente Assad enfrenta a oposição de grupos como a al-Qaeda, assunto sobre o qual venho tratando com insistência por aqui desde 2011. Não é simples tomar partido e, muito em função disso, a posição ocidental não está consolidada: armar a oposição a Assad é financiar uma associação nebulosa de fidelidades – entre elas a al-Qaeda.
Outro ponto importante é a reação internacional. Como escrevi há pouco tempo, o Brasil perdeu uma grande oportunidade de demonstrar maturidade internacional ao condenar a coalizão que combate o IS. Combater grupos como o IS não é uma opção, mas obrigação de quem defende o direito internacional, as fronteiras internacionais e a autodeterminação dos povos. Quando o Brasil afirma ser favorável ao diálogo (com o IS!) está dando um tiro n’água, jogando palavras vazias ao vento. Perdendo, por consequência, uma grande oportunidade no fórum mais importante da política internacional. O IS é produto ainda mais radical da própria al-Qaeda.
Estranho mesmo é perceber que, após este atendado em Homs, houve pouco protesto mundo afora. Não houve artigos irados, grandes condenações internacionais, protestos nas ruas das principais cidades, nada. O silêncio teve mais força. Ao contrário de tudo o que ocorreu entre junho e agosto deste ano. E ainda há aqueles que creem em coerência na condução dos assuntos internacionais...
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