O Paquistão é aquele tipo de aliado muito necessário, mas absolutamente inconfiável. É assim que se pode resumir a relação entre Washington e Islamabad. Ao longo deste ano, uma série de eventos deve reaproximar os dois países, principalmente devido aos acontecimentos no Afeganistão.
O ano de 2014 marca a redução considerável das tropas americanas em território afegão. A principal preocupação de Washington é assegurar que seus soldados consigam deixar o país em segurança. Para isso, é muito importante restabelecer relação confiável com o Paquistão – que ainda se ressente pela ação que resultou na eliminação de Osama bin Laden, em 2011.
No próximo mês de abril, estão marcadas eleições presidenciais no Afeganistão. Além do Talibã local, há muitos outros grupos terroristas na região que se opõem ao processo. O Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP) promete ser uma das principais forças de oposição, o que pode desestabilizar a região ainda mais. Conhecido simplesmente como Talibã Paquistanês, luta pela implementação da Sharia, a lei islâmica, em todo o Paquistão. Faz oposição a qualquer tipo de abertura ou tentativa de conciliação com o Ocidente e usa métodos terroristas para isso. Foi responsável pela tentativa de explosão de um carro na Times Square, em Nova Iorque, em maio de 2010.
Nesta semana, realizou dois atentados que mataram 20 pessoas no Paquistão. É o mesmo grupo responsável por tentar assassinar a ativista Malala Yousufzai, adolescente mundialmente conhecida por lutar pelo simples direito de frequentar a escola. Mesmo com todo esse histórico de intransigência (o termo mais suave para definir o que o TTP defende), o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif (foto), mantém conversações com o Talibã local. Não vai dar em nada, obviamente.
Em abril, durante as eleições afegãs, o TTP deve se unir ao Talibã original para impedir a realização do pleito. O Talibã afegão já prometeu ter como alvo qualquer pessoa que ouse votar.
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