O ponto nevrálgico para qualquer acordo de paz entre israelenses e palestinos é a questão dos refugiados. Refugiados palestinos, para que fique claro. É bom explicar porque houve cerca de 1 milhão de judeus que, após a independência de Israel, foram expulsos dos países árabes onde viviam. Israel absorveu-os como cidadãos e, do ponto de visto judaico, o problema ficou resolvido. No caso palestino, não. De acordo com a United Nations Relief And Works Agency For Palestine Refugees In The Near East (UNRWA), há hoje cinco milhões de refugiados palestinos e seus descentes. O número original era de 750 mil pessoas.
Este assunto é tabu a qualquer liderança palestina. Mesmo sabendo que, na prática, Israel nunca irá aceitar absorver 5 milhões de pessoas em seu território, é pouco provável que algum político palestino admita que irá abrir mão disso num acordo definitivo. Este é o principal entrave às negociações. E serve de maneira muito útil ao Hamas, grupo que se opõe às negociações e à própria Autoridade Palestina. Se a AP fechar com Israel aceitando a única solução real possível de que os refugiados palestinos deverão ser absorvidos neste futuro Estado palestino, o Hamas irá fazer tudo o que puder para deslegitimar este eventual acordo de paz.
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