A primeira resposta do governo iraniano ao relatório divulgado pela AIEA foi a mais óbvia de todas: deslegitimar a agência, claro. O argumento é até bastante válido. Para Teerã, o organismo é “politicamente motivado”. Esta é até uma posição que pode seduzir os mais inocentes e faz algum sucesso internacional. O que não se pode esquecer, no entanto, é que qualquer grupo ou entidade exerce sempre manifestação política sobre qualquer assunto. A própria ONU é um ator político internacional. Por que a AIEA – uma de suas agências – não seria?
Não se pode é, por conta desta conclusão óbvia (ela mesma uma manifestação política, diga-se de passagem), invalidar o relatório apresentado. Se a AIEA é uma instituição politicamente motivada, é bom lembrar que esta mesma instituição que o Irã tenta deslegitimar foi a maior opositora à invasão americana do Iraque, em 2003. Há menos de oito anos, ela manteve sua posição firme de que as armas de destruição em massa de Saddam Hussein se tratavam apenas de uma invenção do ex-presidente George W. Bush para justificar a nova ofensiva. Na época, quem contestou a posição da AIEA? Pois é.
O programa nuclear iraniano atrai a preocupação de boa parte do mundo por culpa mesmo de seus próprios governantes. Ora, este é o mesmo regime que não desperdiçou nenhuma oportunidade de afirmar publicamente o desejo de “varrer Israel do mapa”. Se é bravata ou mera provocação, não faz nenhuma diferença, sinceramente. Como se pode exigir que um membro da ONU aceite que outro membro da ONU que sempre fez questão de demonstrar tais intenções obtenha armamento capaz de transformar tal manifestação em realidade?
Acredito que Israel faria oposição às ambições nucleares do Irã mesmo se Ahmadinejad fosse menos radical em suas posições. Isso por conta da doutrina israelense de defesa sobre a qual comentei nesta quarta-feira. No entanto, este seria um assunto muito menos polêmico. Há alguns jornalistas e comentaristas que tentam relativizar a situação. É difícil compreender seus pontos de vista. Trabalham com uma lógica torta de que Teerã simplesmente quer entrar para um “clube” do qual já fazem parte outras potências nucleares. Seria uma espécie de direito de igualdade. Isso não faz o menor sentido. Em primeiro lugar porque a tendência é de diminuição dos arsenais nucleares, não de corrida para obter ainda mais armamento; em segundo porque o Irã não está ameaçado por qualquer outro país com arsenal atômico (diferente dos vizinhos nucleares Índia e Paquistão, por exemplo).
Um comentário:
Tem que haver responsabilidades de todos na preservação da paz pelo mundo. E, nessa questão do trato com o programa nuclear iraniano; não é com ameaças; bravatas, instigação e muito menos com mendacidades que se vai resolver a questão. Pois, existem alguns insensatos que querem incendiar a questão, para assim criarem pretextos falsos ou fictícios, para alegarem razões para conflitos, e inventarem pretextos, ocultando o motivo real; e, desse modo, tentarem tirar proveitos políticos da situação - e não é por aí - a coisa tem que ser feita de modo equilibrado e que se chegue a uma consenso, sempre usando do bom senso; e não com o uso da força bruta como querem determinados incendiários do mundo; que pensam em resolver tudo na base da força bruta e prepotência.
Seria de uma grande irresponsabilidade se ousarem de algum tipo agressão desvairada contra Irã; e o que poderia causar uma catástrofe internacional de consequências imprevisíveis.
E, acusações infundadas e sem consistência contra o Irã, não é o caminho para a preservação da paz - e, da mesma forma, essa atitude não trará nenhum resultado para a cessação de hostilidades. A AIEA, que é um Órgão das Nações Unidas, tem que ter sua parcela de responsabilidades e, também, tem que estar sempre a serviço da preservação da paz pelo mundo.
Entretanto, quando se trata de Israel; que parece não querer ter compromissos com a paz, e que não tem moral alguma; pois, Israel tem bombas nucleares e outras armas de extermínio em massa; além do que, esse estado não respeita e nem considera as resoluções das Nações Unidas, e muito menos considera a Comunidade Internacional e o mundo livre.
E, quando se trata de Israel não são feitas sanções ou medidas restritivas; quando Israel faz assentamentos ilegais ou medidas provocativas em territórios palestino, contrariando desse modo a comunidade internacional.
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