Não costumo fazer isso com frequência. Mas, dessa vez, vou usar o espaço aqui no blog para recomendar o texto de William Saletan, da revista eletrônica Slate. No texto, ele discute e recupera o passo-a-passo que levou ao conflito atual entre Israel e Hamas e mostra como o grupo terrorista palestino tem perdido uma chance após a outra de evitar a expansão da catástrofe em curso. O texto cita discursos e declarações de membros do Hamas com links para as matérias jornalísticas originais. Está em inglês. Há muitos dados.
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A partir do artigo de William Saletan, acho que vale fazer uma pequena análise: só quem é inocente, mal-intencionado ou desconhece o conflito para achar que o Hamas se importa minimamente com os próprios palestinos. Tenho repetido em meus textos que a morte é a estratégia do grupo para enfraquecer Israel entre a comunidade internacional, conseguir legitimidade política no Oriente Médio e entre os próprios palestinos. Isso tem até funcionado. Mas a que preço? Do ponto de vista humano, transformar o próprio povo em alvo (o que o Hamas tem feito de maneira explícita neste conflito atual) é inaceitável. Do ponto de vista estratégico e analítico, Israel investiu em proteção aos seus cidadãos e o Domo de Ferro tem se mostrado eficaz – o grupo já lançou mais de 1,2 mil mísseis contra o território israelense, causando somente uma baixa.
Enquanto a perda israelense é mínima, o Hamas agora enfrenta a ofensiva terrestre de Israel. A operação certamente vai causar ainda mais baixas, e o Hamas vai ter sérios prejuízos de infraestrutura. O grupo palestino recusou o cessar-fogo mediado pelo Egito e aceito por Israel e interrompeu o cessar-fogo unilateral declarado pelos israelenses com mais lançamento de mísseis. Isso tudo para impedir que um acordo temporário fosse interpretado como derrota e buscando o isolamento israelense a partir da perda de vidas palestinas. Não dá para dizer que o grupo tem sido exatamente inteligente em suas escolhas recentes.
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