O Hamas rejeitou o cessar-fogo mediado pelo Egito. A determinação do grupo de continuar com a guerra reforça a teoria explicada em meu texto anterior: para o Hamas, quanto pior, melhor.
A estratégia midiática do grupo tem se mostrado “bem sucedida”. Quanto mais mortes de civis, maior é a grita internacional contra Israel. O problema disso é óbvio: quanto mais mortes civis, mais mortes civis. Você não leu errado. A morte de civis, por si só, já deixaria claro que o projeto de lançamento de mísseis com cada vez mais alcance sobre as cidades israelenses resulta em contra-ataques por parte de Israel. E, claro, ao continuar a posicionar membros do grupo e bases de lançamento de mísseis nas proximidades de alvos civis no território mais densamente povoado do mundo, mais o Hamas usa como “patrimônio” a vida dos próprios palestinos.
E isso resulta num jogo de soma zero, pelo menos quando o assunto é analisado por quem, naturalmente, valoriza a vida acima de tudo. Não é o caso do Hamas. Ao rejeitar o cessar-fogo e continuar o lançamento de mísseis sobre Israel, o grupo optou por manter o conflito da maneira como está: Israel aciona o domo de ferro e, ao mesmo tempo, ataca Gaza. Isso porque não há como o conflito ser interrompido enquanto o lançamento de mísseis prosseguir. Ou alguém acredita que o governo de Israel deixará de agir enquanto os ataques a partir do território palestino prosseguirem?
Para completar, é improvável que Israel venha a aceitar as condições do Hamas para interromper o lançamento de mísseis: o fim do bloqueio a Gaza, a reabertura da passagem de Rafah (demanda a ser respondida pelo governo egípcio, uma vez que a passagem fica na fronteira entre Gaza e Egito), e a libertação de dezenas de membros do grupo presos recentemente durante a investigação do sequestro que resultou na morte de três jovens israelenses.
Posteriormente, escreverei sobre essas demandas.
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