A semana termina com a França em caos. E a tendência é que as consequências dos múltiplos ataques se espalhem para a Europa. E quando digo isso me refiro a dois aspectos especificamente: a política de segurança europeia e a política interna de cada um dos países.
Não é surpresa que já nesta sexta-feira o partido de extrema-direita Frente Nacional tenha começado a tentar capitalizar com a divulgação da hashtag “fique tranquilo e vote FN”. Ao jogar pelo ralo a possibilidade de uma análise mais completa sobre a situação, a FN tende a concluir politicamente o que o fundamentalismo islâmico começou com armas: a polarização, o distanciamento. A experiência humana mostra que, quando isso acontece, os conflitos se aprofundam. E, quando isso acontece, o impasse persiste.
É claro que ninguém é inocente de imaginar ser possível dialogar com organizações como o Estado Islâmico, por exemplo. Mas é importante dizer que, por mais que o terrorismo seja um problema global, todos os envolvidos nesses dias inglórios são cidadãos franceses. Terroristas que invadiram e assassinaram jornalistas e cartunistas, policiais, reféns. Vítimas e algozes têm em comum uma característica que não pode passar despercebida: são todos franceses. E aí tenho certeza de que a França não irá desperdiçar esta oportunidade de promover um debate amplo sobre identidade nacional, terrorismo, inclusão e exclusão.
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