A imprensa americana deu muita atenção à marca dos 100 dias de governo Obama. A data é uma referência para as primeiras avaliações sobre o novo morador da Casa Branca. Entretanto, é hoje que o jogo começa a virar.
Nem tão positivamente como se esperava. Aliás, muito pelo contrário. Com o ataque americano ao Talibã resultando em pelo menos uma centena de civis mortos, de acordo com as primeiras estimativas de oficiais afegãos, os EUA deixam a relativa posição de conforto que ocupavam até agora. O país volta a exercer um velho e conhecido papel: o de vidraça internacional.
A situação está cada vez mais fora de controle na região da fronteira entre Paquistão e Afeganistão. E para a saia-justa ficar ainda mais completa, o anúncio do erro de alvo americano acontece justamente no dia
A confusão é tamanha que o secretário de defesa dos EUA, Robert Gates, voou para a Arábia Saudita em busca de apoio na luta contra o Talibã.
A mesma e controversa monarquia encabeçada pelo rei Abdullah Bin Abdul Al Aziz Saud e criticada com veemência pelos Democratas após os atentados de 11 de Setembro – vale recordar o documentário Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, que expõe os benefícios e acordos entre a realeza saudita e o governo Bush.
Mas a situação caótica no AfPak – como está sendo chamado esse problemão envolvendo a fronteira entre Afeganistão e Paquistão – está longe de ser novidade.
Segundo a BBC, no ano passado houve um aumento de 40% no número de civis mortos. Foram mais de 2.100. É claro que a maior parte foi vítima do Talibã, mas 550 mortes foram causadas por ataques aéreos americanos e da OTAN.
A partir de agora, só resta observar como Obama vai proceder sob uma chuva de críticas internacionais que certamente virão. Os problemas não vão desaparecer. Cabe ao presidente americano passar em mais este teste – difícil como todos os desafios que ele tem pela frente.
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