terça-feira, 12 de maio de 2009

Irã desloca baterias de mísseis para o Golfo Pérsico

Pode parecer fatalismo, mas não custa repetir que a situação no Oriente Médio caminha para um confronto aberto. A cada dia um novo fator contribui para a formação deste quadro, cujas peças já estão na mesa. Basta ler e formar este quebra-cabeça.

O jornal saudita al-Watan informa em sua edição de hoje que o Irã estacionou baterias de mísseis no Golfo Pérsico. O objetivo seria deter um ataque a suas instalações nucleares.

A novidade dá conta que uma fonte iraniana teria dito que o país recebera a informação de que Estados Unidos e Israel estariam planejando o ataque.

A especulação sobre o assunto é muito grande e a forma como a frase acima foi redigida mostra bem como as informações são desencontradas. Ninguém sabe ao certo quando o ataque vai acontecer. Como escrevi antes, acho que ele deve ocorrer até o final do ano e vai depender do resultado das eleições no Irã marcadas para junho.

Acho pouco provável que os EUA lancem uma ofensiva. Muito menos agora, dias após o vazamento da informação de que outubro foi a data estabelecida como limite para o início das negociações com o regime iraniano.

Além do mais, existe uma divergência conceitual quanto à capacidade nuclear de Teerã. Para Israel, o Irã vai conseguir produzir quantidade suficiente de urânio enriquecido para um teste nuclear em alguns meses. Para os EUA, isso só deve acontecer no começo de 2011.

Também está claro que os EUA querem dar mais tempo para o diálogo. Essa é a doutrina Obama. Até porque, os israelenses já haviam pedido autorização para atacar o Irã no ano passado. Não receberam. E, portanto, não haveria razão para receberem agora, justamente quando ainda se espera uma resposta positiva do Irã.

Mas é curioso que Ahmadinejad tenha tomado esta atitude praticamente no mesmo dia em que libertou a jornalista americana acusada de espionagem. Não são atos isolados da política externa do país, mas que se complementam. O objetivo é mais uma vez mandar mensagens ambíguas e confusas para os ocidentais. O “morde e assopra” típico da gestão atual iraniana.

Vale a informação – pesquisa da Universidade Bar Ilan mostra que 66% dos israelenses apoiariam um ataque militar ao Irã, no caso de todos os demais esforços diplomáticos falharem. Em Israel a discussão se a escalada nuclear da República Islâmica é uma ameaça à existência do país já foi ultrapassada.

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