Disposto a dedicar as próximas três semanas a eventos relacionados ao Oriente Médio, Obama foi surpreendido (?) por uma notícia que é no mínimo desanimadora: o congresso americano recebeu informações confidenciais de que o Paquistão está produzindo mais material nuclear. Justamente no momento em que os EUA comandam uma campanha internacional pela erradicação de armamentos desta natureza.
Para completar o transtorno, imagens de satélite evidenciam que há dois novos reatores de plutônio em construção a menos de
Sendo mais direto, o mundo está há menos da metade da distância entre Rio e São Paulo de uma hecatombe planetária de consequências imprevisíveis. Ninguém sabe o que pode acontecer se os talibãs tiverem o botão vermelho de tocar fogo no mundo
Obama vive o dilema do cobertor curto: na semana em que se dedica ao Oriente Médio, o oriente mais distante traz dores de cabeça de grandes proporções. E vice-versa.
Controlar o caos que se instalou no Paquistão requer uma ampla visão de como o país foi constituído, no final da década de 1940. Mais de 60 anos depois, há poucos símbolos de união nacional e esta parece ser a raiz dos problemas atuais.
As etnias e o fundamentalismo ainda são as principais forças a conquistar corações e mentes. Por exemplo, em outubro do ano passado os EUA começaram a recrutar soldados da região de fronteira entre Paquistão e Afeganistão para combater o Talibã. Mas os recrutas eram em sua maioria da etnia pashtun – a mesma de boa parte dos talibãs. Não há possibilidade de convencer os soldados treinados pelos americanos a lutar contra seus “irmãos” étnicos.
Talvez isso explique em boa parte por que o Paquistão insiste em se voltar para uma corrida armamentista contra a Índia, mesmo tendo boa parte de seu território entregue ao Talibã numa tragédia humanitária que já provocou o êxodo de mais de um milhão de pessoas.
“O que é o Paquistão? Hoje ainda, quase 62 anos após sua fundação, a melhor resposta é simplesmente ‘não é a Índia’”, diz o colunista Bret Stephens, do The Wall Street Journal.
Amanhã uma primeira análise do aguardado encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente americano, Barack Obama.
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