Enquanto as atenções estão justificadamente voltadas para as manifestações no Irã, as guerras travadas por americanos e forças da OTAN em Iraque, Afeganistão e Paquistão estão sofrendo seguidos golpes.
Antecipando a grande notícia da próxima terça-feira, as tropas dos Estados Unidos – compostas por 133 mil soldados – devem deixar na semana que vem de atuar nas cidades iraquianas e suas atividades ficarão restritas às bases militares. Mas hoje, como vem acontecendo ao longo deste mês, um grande atentado terrorista ocorreu
É uma clara tentativa de tornar a situação instável às vésperas do início da retirada americana, uma disputa para determinar quem vai ter a palavra final. Quanto mais mortes de civis agora, menos competente o lastro da presença dos militares dos EUA.
Na outra frente de batalha, novas e péssimas notícias. Um ataque equivocado promovido pelos Estados Unidos causou a morte de dezenas de civis numa região tribal do Paquistão controlada pelo Talibã. Apesar de não admitir publicamente, as forças militares dos EUA realizam operações no espaço aéreo paquistanês. É uma tentativa de combater os talibãs em áreas que se tornaram reduto e esconderijo para os líderes extremistas. Desde agosto de 2008, cerca de 40 ataques americanos foram realizados e os erros causaram a morte de 410 civis.
No Afeganistão as notícias tampouco são positivas. Somente na primeira semana de junho, o número de ataques terroristas promovidos pelo Talibã passa de 400. Entre alternâncias de generais no comando da operação americana, os cálculos de gastos militares previstos para este ano ultrapassa a casa dos 60 bilhões de dólares.
A questão financeira pode mesmo ser um dos motivos para a estratégia ocidental não funcionar e sequer conseguir diminuir a adesão civil ao Talibã. Os EUA pagam salários de 100 dólares mensais aos afegãos que desejam ser treinados para fazer parte das forças militares regulares do Afeganistão; o Talibã paga 300 dólares.
Como se vê, ainda falta muito para reverter o cenário em Afeganistão, Iraque e Paquistão. Por mais dinheiro que se empregue, ainda não se conseguiu elaborar uma estratégia eficaz que ao menos consiga tornar claro aos próprios afegãos, por exemplo, que derrotar o Talibã não é algo positivo somente para o governo dos Estados Unidos.
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