As grandes coincidências do Oriente Médio voltaram a dar as caras nas últimas duas semanas. E, como mencionei no texto de quarta-feira, o Brasil pode estar envolvido no polêmico episódio da apreensão de centenas de armamentos pela Marinha israelense no último dia 4, já que foram encontrados contêineres escritos em português ou espanhol – isso ainda não está claro e, portanto, é mais sensato optar pelo benefício da dúvida.
O que se pode fazer por ora é imaginar cenários capazes de explicar o ocorrido. Os fatos são os seguintes: o navio Francop, de bandeira de Antígua e Barbuda, carregava mais de 60 toneladas de mísseis, foguetes e armas antitanque. A embarcação operava sob disfarce de um navio de ajuda humanitária. Os contêineres exibiam as siglas IRISL (Islamic Republic of Iran Shipping Lines).
O último destino do navio era a Síria. Muito possivelmente, o armamento seria destinado ao Hezbolah. Cinco dias após a interceptação israelense, coincidentemente, o primeiro-ministro libanês, Saad al-Hariri, confirmou o retorno do grupo radical xiita ao governo do país, apesar de sua derrota nas urnas nas eleições de julho deste ano.
O Hezbolah simplesmente se utilizou de sua força política para impedir a governabilidade. E conseguiu; barrou a lei que institucionalizaria o desarmamento do grupo. A tentativa de tirar seu poder de fogo criou um impasse tão grande que o Líbano mergulhou no limbo político. E agora, quando o Hezbolah retorna ao governo, o país vai sair da inércia, mas com a grande perda de manter parte de seu território sob domínio militar do grupo xiita.
Em nome da mínima governabilidade, as forças pró-ocidentais que alcançaram uma vitória histórica este ano tiveram de recuar. É a mostra de que será preciso muita articulação política, paciência e, acima de tudo, tempo para diminuir o poder paralelo que na prática governa boa parte do território libanês.
E por causa desta bem sucedida virada de jogo no Líbano, Irã e Síria retomaram o envio de armas ao Hezbolah, que atua como satélite direto dos dois Estados na fronteira norte de Israel.
Esta é a possibilidade que considero a mais provável.
O que se pode fazer por ora é imaginar cenários capazes de explicar o ocorrido. Os fatos são os seguintes: o navio Francop, de bandeira de Antígua e Barbuda, carregava mais de 60 toneladas de mísseis, foguetes e armas antitanque. A embarcação operava sob disfarce de um navio de ajuda humanitária. Os contêineres exibiam as siglas IRISL (Islamic Republic of Iran Shipping Lines).
O último destino do navio era a Síria. Muito possivelmente, o armamento seria destinado ao Hezbolah. Cinco dias após a interceptação israelense, coincidentemente, o primeiro-ministro libanês, Saad al-Hariri, confirmou o retorno do grupo radical xiita ao governo do país, apesar de sua derrota nas urnas nas eleições de julho deste ano.
O Hezbolah simplesmente se utilizou de sua força política para impedir a governabilidade. E conseguiu; barrou a lei que institucionalizaria o desarmamento do grupo. A tentativa de tirar seu poder de fogo criou um impasse tão grande que o Líbano mergulhou no limbo político. E agora, quando o Hezbolah retorna ao governo, o país vai sair da inércia, mas com a grande perda de manter parte de seu território sob domínio militar do grupo xiita.
Em nome da mínima governabilidade, as forças pró-ocidentais que alcançaram uma vitória histórica este ano tiveram de recuar. É a mostra de que será preciso muita articulação política, paciência e, acima de tudo, tempo para diminuir o poder paralelo que na prática governa boa parte do território libanês.
E por causa desta bem sucedida virada de jogo no Líbano, Irã e Síria retomaram o envio de armas ao Hezbolah, que atua como satélite direto dos dois Estados na fronteira norte de Israel.
Esta é a possibilidade que considero a mais provável.
2 comentários:
Obrigada pela citação, Henry!
Imagina, Anita. Viva a nossa parceria!
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