terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mais do mesmo

Depois de merecido descanso - não vou adotar qualquer discurso de autopiedade, fiquem tranquilos quanto a isso -, retorno à rotina do blog. Após me interar dos acontecimentos internacionais, é impossível não chegar à conclusão de que muita coisa ocorreu nessas duas semanas de ausência. Mas também é inegável - e um tanto deprimente, pra falar a verdade - perceber que o noticiário se resume simplesmente a mais do mesmo.
Em Honduras, Afeganistão, Iraque, Paquistão, Irã, Europa, Estados Unidos e no conflito árabe-israelense nada mudou. Existe uma grande diferença entre muito ter acontecido e algo de significativo ter acontecido. Mais atentados no Paquistão, discussões e acusações mútuas entre lideranças do Oriente Médio, o Irã tentando - e conseguindo - ganhar mais tempo para desenvolver seu programa nuclear, o impasse na surreal situação política hondurenha e a corrupção descarada do reeleito Hamid Karzai no Afeganistão não representam qualquer fato novo ou desconhecido no cenário internacional.
Prefiro não entrar no mérito do debate sobre as mudanças no sistema de saúde americano. Acho que o assunto se enquadra muito claramente no espectro político interno dos Estados Unidos e penso que não cabe discuti-lo por ora, apesar de considerar o plano de Obama absolutamente justo e incriticável sob qualquer prisma.
Em relação a Honduras, acho que o assunto merece um comentário rápido: a falta de veículos brasileiros dedicados a analisar o cenário internacional explica em parte o fracasso de nossa imprensa ao cobrir a situação. Houve um clima de oba-oba após o anúncio de um acordo entre golpistas e partidários de Zelaya. Hoje já se sabe que nem tudo está tão definido assim por lá e a comemoração foi um tanto precipitada. Posso errar no meu palpite, mas Congresso e Supremo hondurenhos dão a entender que farão de tudo para manter a situação como ela está até as eleições de 29 de novembro. Zelaya pode não voltar a ser presidente nem por um dia sequer.
Nos próximos textos, vou me dedicar mais especificamente a esses assuntos. No comentário de amanhã, um post sobre o Afeganistão e a constrangedora situação da política externa americana.

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