Evo Morales recebeu a ratificação popular a seu projeto de construir uma nova Bolívia. Com mais de 60% dos votos, o presidente boliviano terá mais cinco anos de mandato pela frente. Muito mais do que ocupar o cargo de presidente por pretensões políticas pontuais, Morales pretende mudar os pilares da sociedade de seu país.
E ele tem obtido sucesso, como mostra o resultado das eleições. Por mais que sejam criticáveis suas alianças internacionais, hoje a Bolívia representa uma forma de gestão inédita no mundo, aliando reestrutuação política e social com eficácia econômica que agrada até mesmo ao FMI - por mais estranho que isso possa parecer.
As estimativas de crescimento econômico no país estão na casa dos 4% - taxa superior à média dos países sul-americanos. Além disso, as reservas monetárias chegam a 7 bilhões de dólares. Sem dúvida, um dos grandes responsáveis pelo sucesso do governo Morales é o objetivo pelo qual ele foi eleito pela primeira vez: mudar a balança de poder injusta da Bolívia.
Ou seja, melhorar a condição de vida dos mais de 60% de indígenas que compõem a população. E isso dá muito trabalho. Assim, uma série de medidas vem sendo tomada, como investimentos em programas de bem-estar social, educação e acesso à saúde. E, é claro, tudo isso gera emprego, renda e movimenta a economia.
Talvez por isso mesmo a Bolívia tenha conseguido taxas de crescimento positivas mesmo durante a crise; por definição, seu governo não credita todas as responsabilidades à mão livre - e, como se sabe hoje, incompetente - do mercado.
Ao contrário de teóricos que sustentam que o governo de Evo Morales é assistencialista, acredito que seja possível fazer uma leitura diferente deste momento: desde 2005, a Bolívia tem pela primeira vez um governo preocupado com questões fundamentais e urgentes para a esmagadora - e historicamente esquecida - parcela da população.
Talvez seja difícil compreender a situação da Bolívia porque por lá há mesmo uma relação clara ente o sucesso de brancos e a miséria da população indígena. Por aqui existe sim racismo, mas, para não morrer afundada em culpa, nossa sociedade prefere fingir que os negros não sofrem hoje as consequências de políticas racistas de outrora - só não vê quem não quer.
E ele tem obtido sucesso, como mostra o resultado das eleições. Por mais que sejam criticáveis suas alianças internacionais, hoje a Bolívia representa uma forma de gestão inédita no mundo, aliando reestrutuação política e social com eficácia econômica que agrada até mesmo ao FMI - por mais estranho que isso possa parecer.
As estimativas de crescimento econômico no país estão na casa dos 4% - taxa superior à média dos países sul-americanos. Além disso, as reservas monetárias chegam a 7 bilhões de dólares. Sem dúvida, um dos grandes responsáveis pelo sucesso do governo Morales é o objetivo pelo qual ele foi eleito pela primeira vez: mudar a balança de poder injusta da Bolívia.
Ou seja, melhorar a condição de vida dos mais de 60% de indígenas que compõem a população. E isso dá muito trabalho. Assim, uma série de medidas vem sendo tomada, como investimentos em programas de bem-estar social, educação e acesso à saúde. E, é claro, tudo isso gera emprego, renda e movimenta a economia.
Talvez por isso mesmo a Bolívia tenha conseguido taxas de crescimento positivas mesmo durante a crise; por definição, seu governo não credita todas as responsabilidades à mão livre - e, como se sabe hoje, incompetente - do mercado.
Ao contrário de teóricos que sustentam que o governo de Evo Morales é assistencialista, acredito que seja possível fazer uma leitura diferente deste momento: desde 2005, a Bolívia tem pela primeira vez um governo preocupado com questões fundamentais e urgentes para a esmagadora - e historicamente esquecida - parcela da população.
Talvez seja difícil compreender a situação da Bolívia porque por lá há mesmo uma relação clara ente o sucesso de brancos e a miséria da população indígena. Por aqui existe sim racismo, mas, para não morrer afundada em culpa, nossa sociedade prefere fingir que os negros não sofrem hoje as consequências de políticas racistas de outrora - só não vê quem não quer.
Um comentário:
Henry, parabéns por levantar essa questão -- ainda que em voga hoje.
O apartheid no Bolívia é evidente, e sim, historicamente. Assim, como no hermano Peru, onde a cidade branca (Arequipa) é dita assim pelas características da pedra que deu substãncia às edificações, mas que sabe-se era uma referência à dominação branca nesses territórios.
A Bolívia sofre uma desigualdade social absurda, com exclusão societária cruel. E os excluídos são real margnais culturais -- vestimentas, dialetos, traços.
Mas a questão é que, Evo, diferente do hermano Chávez, mantém seu projeto para o social/demo, não para si mesmo. Chávez se perdeu, e o "low-profile" de Evo vem avançando na, talvez, boa gestão, mas que fielmente atinge seu objetivo maior.
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