Ao que tudo indica, o Sudão vai mesmo se dividir em dois. Resultados preliminares apontam apoio significativo da população do sul ao projeto de secessão. Estimativas otimistas preveem a vitória do "sim" com cerca de 90% dos votos. Neste clima de confiança e felicidade, é chato dizer a verdade: os problemas para os dois países estão apenas no começo.
O prazo para solucioná-los é curtíssimo. O acordo estabelecido em 2005 deixa claro que, se independente, o Sudão do Sul passa a existir já a partir do dia 9 de julho. Isso significa na prática que pelo menos as questões mais importantes devem ser respondidas até lá. E aí é preciso ser claro: o país sequer tem um nome definitivo e, muito mais grave, suas fronteiras não estão definidas. Este caso, inclusive, promete causar problemas mais sérios. As discussões entre norte e sul irão se acentuar porque, mesmo antes da secessão, este já é um dos pontos nevrálgicos nas péssimas relações entre as partes. Nunca é demais lembrar que a guerra civil entre milícias do país causou a morte de cerca de 2 milhões de pessoas.
Se os números são sempre trágicos e impressionantes no até agora maior Estado do continente africano, os desafios para o futuro novo país são igualmente catastróficos: apenas 25% dos futuros cidadãos são alfabetizados; somente 48 quilômetros de estradas têm pavimentação. O fluxo de pessoas retornado do norte em busca de suas origens é enorme. Mas a animação momentânea promete se transformar em decepção quando este grande contingente perceber que a infraestrutura é mínima. O Sudão do Sul, definitivamente, não é uma terra de oportunidade, apenas um projeto distante de país.
E nada impede que uma das primeiras notícias após a independência seja uma nova guerra, deste vez institucionalizada. A futura região de fronteira entre norte e sul é um problema real. Conhecida como Abyei, ela não é rica apenas em petróleo, mas em cobre, diversos tipos de minerais e vida selvagem. Para completar, existe uma forte disputa étnica entre a população local - os Ngok Dinka, ligados ao sul; e os nômades Misseriya, fiéis ao norte.
O assunto é tão complicado que, para dar fim ao impasse, houve a proposta de um referendo paralelo ao atual que seria realizado apenas para decidir o futuro de Abyei. Mas o projeto não foi adiante porque as partes não conseguiram chegar a um consenso quanto a quem estaria habilitado a participar da votação.
Este é o cenário verdadeiro que transforma a perspectiva do novo Estado em possibilidade de mais uma catástrofe humanitária na África.
O prazo para solucioná-los é curtíssimo. O acordo estabelecido em 2005 deixa claro que, se independente, o Sudão do Sul passa a existir já a partir do dia 9 de julho. Isso significa na prática que pelo menos as questões mais importantes devem ser respondidas até lá. E aí é preciso ser claro: o país sequer tem um nome definitivo e, muito mais grave, suas fronteiras não estão definidas. Este caso, inclusive, promete causar problemas mais sérios. As discussões entre norte e sul irão se acentuar porque, mesmo antes da secessão, este já é um dos pontos nevrálgicos nas péssimas relações entre as partes. Nunca é demais lembrar que a guerra civil entre milícias do país causou a morte de cerca de 2 milhões de pessoas.
Se os números são sempre trágicos e impressionantes no até agora maior Estado do continente africano, os desafios para o futuro novo país são igualmente catastróficos: apenas 25% dos futuros cidadãos são alfabetizados; somente 48 quilômetros de estradas têm pavimentação. O fluxo de pessoas retornado do norte em busca de suas origens é enorme. Mas a animação momentânea promete se transformar em decepção quando este grande contingente perceber que a infraestrutura é mínima. O Sudão do Sul, definitivamente, não é uma terra de oportunidade, apenas um projeto distante de país.
E nada impede que uma das primeiras notícias após a independência seja uma nova guerra, deste vez institucionalizada. A futura região de fronteira entre norte e sul é um problema real. Conhecida como Abyei, ela não é rica apenas em petróleo, mas em cobre, diversos tipos de minerais e vida selvagem. Para completar, existe uma forte disputa étnica entre a população local - os Ngok Dinka, ligados ao sul; e os nômades Misseriya, fiéis ao norte.
O assunto é tão complicado que, para dar fim ao impasse, houve a proposta de um referendo paralelo ao atual que seria realizado apenas para decidir o futuro de Abyei. Mas o projeto não foi adiante porque as partes não conseguiram chegar a um consenso quanto a quem estaria habilitado a participar da votação.
Este é o cenário verdadeiro que transforma a perspectiva do novo Estado em possibilidade de mais uma catástrofe humanitária na África.
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