A União Sionista (ou Acampamento Sionista) é o bloco político de centro-esquerda que ameaça a vitória do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em Israel. Escrevi sobre esta possibilidade na sexta-feira. Agora, vale entender como este grupo de oposição imagina as relações internacionais a partir de sua eventual conquista política.
Como ex-Ministra da Justiça e negociadora chefe no processo de paz com os palestinos, Tzipi Livni (que compõe a chapa de oposição ao lado de Isaac Herzog) inclui na agenda a retomada das conversações. Mais do que isso, Livni promete rever não apenas o diálogo com os palestinos, mas a posição de Israel em sua relação com seus aliados, principalmente com os EUA. Não é segredo que há um impasse no diálogo entre os dois países, o que tem se tornado problemático porque isola ainda mais Israel. Netanyahu esticou a corda ao máximo ao reforçar a aliança com os opositores internos do presidente Obama. Tzipi Livni quer seguir no caminho contrário.
“No dia seguinte à minha eleição, o tsunami diplomático vai parar”, disse.
E aproveitou também para abordar a situação iraniana, reforçando a ideia de retomada das relações com os EUA:
“A maneira de evitar que o Irã obtenha armamento nuclear é dialogar intimamente com os EUA. Isso é algo que podemos fazer, e Netanyahu não pode. Podemos lidar melhor com (questões de) segurança, negociações de paz e o desafio do Irã”.
As posições políticas estão evidentemente polarizadas. A centro-esquerda está atacando diretamente o governo Bibi. E Bibi está apelando ao eleitorado de direita, pedindo que os eleitores concentrem os votos em seu partido, o Likud. A tendência é que os lados se aprofundem em suas diferenças até o final da apuração dos votos. Depois disso, deve haver uma reordenação política e, naturalmente, as posições serão menos conflituosas. Principalmente porque esta é a exigência do sistema parlamentarista, onde o novo primeiro-ministro não será somente aquele que obtiver mais votos, mas o que melhor souber negociar para conseguir o apoio dos partidos derrotados e formar o próximo governo. Assim aconteceu em 2009, quando a mesma Tzipi Livni ganhou mas não levou porque Bibi teve mais habilidade política para conseguir formar a coalizão majoritária no Knesset.
Nenhum comentário:
Postar um comentário