Para finalizar esta semana de análises preliminares sobre os resultados eleitorais em Israel, acho importante alguns comentários. O primeiro deles diz respeito a quem votou. Assim como em qualquer lugar do mundo, a população israelense não é composta de especialistas políticos, em sua maioria. Não se pode considerar, desta forma, que a população tenha uma estratégia de longo prazo. A decisão do voto, como em qualquer lugar, é movida por uma série de questões: hábito, fidelidade política, religiosa, interesses imediatos etc. De qualquer maneira o voto é o momento de expressão máxima de vontade popular.
E o voto no Likud pode ser interpretado também como um voto de desilusão com o cenário da esquerda. Como escreveu um comentarista, Isaac Herzog, o líder do partido trabalhista, “tem o carisma de uma torradeira”. Para completar, fez campanha em tom baixo, evitando atritos com Benjamin Netanyahu, este sim um político habilidoso como Frank Underwood. Bibi entendeu o cenário e dois dias antes da votação conseguiu jogar no colo da população uma escolha que em Israel não é simples: ou a opção por manter um primeiro-ministro forte num contexto de catástrofe regional (Estado Islâmico, coalizão entre Hamas e Fatah na Autoridade Palestina, guerra civil síria e possibilidade de um Irã nuclear) ou dar um voto de confiança em Herzog – a torradeira.
Ficam como exemplo dois líderes de esquerda que conseguiram vencer eleições em Israel nos últimos 38 anos: Itzhak Rabin e Ehud Barak. Dois líderes do tradicional partido Trabalhista, mas também ex-generais condecorados. Para completar, Bibi promete segurança num país que em 2015 avalia a decisão de Ariel Sharon de dez anos atrás, quando o então primeiro-ministro decidiu simplesmente abandonar Gaza retirando unilateralmente toda a população judaica. Desde então, foram duas guerras e a certeza de que o Hamas controlará o território indefinidamente, lançando mísseis contra Israel. De certa maneira, tudo isso explica em parte a vitória de Netanyahu.
Vale também a explicação de Avi Degani, presidente de um instituto de pesquisa israelense:
"Muitas pessoas queriam substituí-lo (Netanyahu), mas não havia ninguém para substituí-lo”.
2 comentários:
Prezado Henry, hj saiu uma noticia
http://www.nrg.co.il/online/1/ART2/685/756.html?hp=1&cat=402&loc=10
que fala sobre um professor que culpa marroquinos, assim como sefaradim em geral e religiosos, pela derrota de bugi, e diz que o fator em comum entre essas pessoas e beijar amuletos, comer humus, receber pensao por filhos e brigar com o mundo. Posteriormente se desculpou.
Esse e um pnt muito central na politica israelense, e nessa eleicao particularmente, o publico sefaradi, e o publico religioso (seja dati leumi ou haredi) vivem em seu dia a dia o desprezo dessa "elite de tel aviv" por eles, e sempre foram tratados como cidadaos de 2a categoria. O pais foi formado por esse publico ashkenazi, educado, branco e culto, seja nos kibutsim seja nas grandes cidades, o funcionamento publico esta em suas maos, a imprensa esta em suas maos, e todo cidadao israelense com outra caracteristica que nao a desse grupo ja sentiu na pele o seu desprezo.
Ja o bibi apesar dos defeitos sempre mostrou respeito pela religiao apesar de nao ser religioso, e conseguiu fazer com que sefaradim e religiosos se sintam representados por ele. Isso apesar dele tb vir de uma elite cultural e econimica de jerusalem. Acho que esse e um fator muito importante nessa eleicao tb. Um abraco Pedro Antonio
aqui tb
http://www.srugim.co.il/111283-%D7%92%D7%A8%D7%91%D7%95%D7%96-%D7%9C%D7%90-%D7%9E%D7%AA%D7%A0%D7%A6%D7%9C-%D7%A2%D7%99%D7%95%D7%95%D7%AA%D7%95-%D7%90%D7%AA-%D7%93%D7%91%D7%A8%D7%99%D7%99-%D7%90%D7%9E%D7%A8%D7%AA%D7%99-%D7%90?di=1
esse Iair Garbuz atac "beijadores de amuletos" na vespera da eleicao e prejudica bugi
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