Na próxima terça-feira, mais um evento relevante no Oriente Médio. Os eleitores israelenses vão às urnas para decidir quem serão os membros do Knesset (o parlamento do país) e, por consequência, quem será o novo (ou velho) primeiro-ministro. No parlamentarismo, o chefe do partido mais votado se torna o comandante do Executivo. Estão em disputa as 120 cadeiras do Knesset – o intricado jogo de coalizões é determinante para a escolha mais importante. Vence quem conseguir ter mais habilidade política para conseguir ao menos 61 cadeiras.
Uma das mais interessadas nessas eleições sabe disso como ninguém. Tzipi Livni, ex-ministra da Justiça e que chegou a chefe das negociações de paz com os palestinos, foi a vencedora da corrida eleitoral de 2009, mas não se tornou primeira-ministra porque Netanyahu foi mais hábil na formação de coalizões. Ao obter apoio da maioria do parlamento, Bibi tirou a vitória de Livni. Agora, cinco anos depois, ela tem boas chances de mudar a história. Seu partido, Ha’Tnuah (A Mudança), se aliou formalmente ao Partido Trabalhista, liderado por Isaac Herzog, formando o bloco de centro-esquerda União Sionista (ou Acampamento Sionista). Se este bloco for vitorioso, Livni e Herzog (foto) se revezarão no cargo de primeiro-ministro, cada um ocupando a posição durante metade do mandato
De acordo com as pesquisas mais recentes, esta aliança tem chances reais de vitória. Segundo pesquisa do Haaretz, a União Sionista tem 24 cadeiras, e o Likud, 21. Seria uma guinada importante de Israel à centro-esquerda, principalmente após eventos fundamentais ocorridos no mandato de Netanyahu, como a guerra em Gaza, a discussão em torno do programa nuclear iraniano e o recente impasse com os EUA. Apesar de a opinião pública internacional estar interessada em Israel a partir das questões geopolíticas, esses elementos têm importância reduzida ao eleitor médio. As variáveis econômicas têm maior impacto na vida do cidadão comum, e Benjamin Netanyahu pode vir a perder as eleições em função de assuntos mais cotidianos, como a percepção de distribuição desigual de riqueza pela população e o alto custo de moradia em Israel.
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