sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mais problemas a caminho

O jornal árabe publicado em inglês Al-Hayat informa em sua edição de hoje que o Hamas estaria pronto para assinar um acordo com Israel já na próxima semana. O grupo se comprometeria a devolver o soldado Gilad Shalit, sequestrado em 2006, em troca da libertação de mil palestinos presos em Israel. Mas, quanto mais informações vêm à tona, menor é o ânimo em relação à possibilidade de um período de tranquilidade na região.

O negociador egípcio Omar Suleiman diz que ainda há quatro obstáculos para a obtenção de uma trégua de longa duração entre as partes: o lançamento de mísseis qassam que perdura apesar do cessar-fogo; a construção de uma barreira entre Gaza e Israel; o compromisso do Hamas de respeitar a trégua; e a interrupção do contrabando de armas para Gaza.

Parece piada, mas infelizmente não é. Fica difícil acreditar que um acordo será assinado quando o principal articulador afirma que simplesmente as premissas básicas não foram aceitas. Como a trégua de “longa duração” – 18 meses é tempo demais para a paz – está para sair quando uma das partes afirma não estar sequer disposta a respeitá-la?

Mesmo que apesar das circunstâncias um acordo seja obtido, Israel viveria a situação conhecida como “cobertor curto”. É esta a denúncia de Tony Karon, da revista Time, dos Estados Unidos.

Segundo suas fontes, existe hoje uma grande insatisfação por parte dos militantes do Fatah, de Mahmoud Abbas. Eles acreditam que é chegada a hora do grupo romper as negociações com Israel. Por dois motivos: o presidente da Autoridade Palestina acabou enfraquecido e marginalizado a partir do momento em que a realidade forçou Israel a negociar trocas de prisioneiros e acordos de cessar-fogo com o Hamas. Justamente porque foram os extremistas do grupo que conseguiram criar problemas graves para Israel resolver.

O outro ponto é que, com Olmert no poder, o Fatah não conseguiu alcançar seus objetivos. As eleições israelenses evidenciam que o próximo governo deve ser ainda mais cauteloso ou mesmo resistente às negociações.

“Sob a perspectiva palestina, os oito últimos anos à espera de conversações com Israel deixaram Abbas de mãos vazias, enquanto o recente conflito em Gaza colocou o Hamas numa posição mais privilegiada do que nunca diante da opinião pública interna”, diz.

Com alguns dos membros do Fatah apresentando como alternativa o início de uma terceira intifada, o jornal Haaretz informa que Abbas vem conduzindo uma campanha internacional nas últimas semanas de forma a isolar internacionalmente um possível governo do Likud. 

De acordo com uma fonte de Jerusalém, os líderes de França, Grã-Bretanha e Itália prometeram ao presidente palestino que não permitirão ao próximo governo israelense “congelar” as negociações de paz.

“Vocês se recusaram a cooperar com o Hamas porque ele não se enquadra nas condições do Quarteto (grupo mediador do processo de paz formado por UE, Estados Unidos, Rússia e ONU) de combate ao terrorismo e reconhecimento de Israel. Vocês terão de adotar a mesma postura em relação a um governo israelense que se oponha à criação de um Estado Palestino e a negociações sobre questões fundamentais”, teria dito. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Volto a dizer:
a historia continua....