É curioso como o Fórum Econômico em Davos está desvirtuado. Por si só, o encontro dos líderes mundiais mais importantes e dos donos das empresas que fazem a roda do capitalismo girar estar sendo um fracasso não é o que causa maior espanto. Mas a surpresa é isso acontecer justamente na primeira cúpula após a grave crise financeira que passou a atingir o mundo todo.
Afinal, a reunião poderia servir para pensar em soluções criativas capazes de reverter o quadro de terror generalizado de países, bancos e trabalhadores que perdem o sono com medo de uma possível demissão. Mas, ao contrário, boa parte dos participantes de edições anteriores preferiu ficar em casa. É como se ir a Davos representasse admitir que o sistema está falido. Parece mesmo que o capitalismo botou o galho dentro com medo das críticas.
Pesquisa realizada no próprio fórum mostra um retrato do momento. Somente 21% de presidentes de corporações acreditam que seus negócios deverão apresentar um crescimento significativo nos próximos três anos. Em 2008, esta taxa era de 50%. Mais ainda, os que responderam ao questionário esperam no máximo uma recuperação lenta de suas empresas no mesmo período.
A situação em Davos é tão ruim que até as tradicionais festanças sofreram o impacto da crise. Segundo a BBC, os gastos em recepções caíram 30%. Como ninguém quer se associar ao momento de decadência, a maioria das celebridades presentes em anos anteriores decidiu não dar as caras na Suíça. Angelina Jolie, Brad Pitt, Sharon Stone, Richard Gere, Michael Douglas e Emma Thompson – atores de Hollywood que já estiveram em Davos – não apareceram,
Parece Belém, mas não é. As discussões no fórum chegaram a uma conclusão que, até um ano atrás, era inimaginável. Os participantes admitem abertamente a incompetência do mercado em resolver todos os problemas. A mão invisível pode ter desaparecido de vez. Por isso, muitas vezes, os debates parecem sem rumo. Ora, se o livre mercado não pode ser considerado o único regulador da economia capitalista, será que vale admitir publicamente o que ninguém gosta de repetir? O Estado deve passar a intervir com mais frequência.
Consequências práticas da crise
Aliás, enquanto em Davos os grandes empresários foram obrigados a lidar com dilemas tão profundos, o governo dos Estados Unidos anunciou a queda de 3,8% do PIB do país no último trimestre de 2008 – maior queda desde 1982. Na Europa, mais de 1 milhão de franceses tomou as ruas do país para protestar contra as políticas econômicas do presidente Sarkozy.
Existe a real possibilidade de uma retração de 2% da economia francesa neste ano que se inicia. Por isso, em dezembro de 2008, o governo decidiu lançar um plano de estímulo no valor de 26 bilhões de euros. O repasse de verbas para bancos e empresas automotivas já foi aprovado pelo senado.
O que levou a população às ruas foi o fato de o plano prever também a redução permanente nos empregos do setor público, especialmente nas escolas, segundo informa o The New York Times.
O protesto na França pode ter profunda relação com o caos que tomou conta da Grécia em dezembro do ano passado. Relembre como foi clicando aqui.
Afinal, a reunião poderia servir para pensar em soluções criativas capazes de reverter o quadro de terror generalizado de países, bancos e trabalhadores que perdem o sono com medo de uma possível demissão. Mas, ao contrário, boa parte dos participantes de edições anteriores preferiu ficar em casa. É como se ir a Davos representasse admitir que o sistema está falido. Parece mesmo que o capitalismo botou o galho dentro com medo das críticas.
Pesquisa realizada no próprio fórum mostra um retrato do momento. Somente 21% de presidentes de corporações acreditam que seus negócios deverão apresentar um crescimento significativo nos próximos três anos. Em 2008, esta taxa era de 50%. Mais ainda, os que responderam ao questionário esperam no máximo uma recuperação lenta de suas empresas no mesmo período.
A situação em Davos é tão ruim que até as tradicionais festanças sofreram o impacto da crise. Segundo a BBC, os gastos em recepções caíram 30%. Como ninguém quer se associar ao momento de decadência, a maioria das celebridades presentes em anos anteriores decidiu não dar as caras na Suíça. Angelina Jolie, Brad Pitt, Sharon Stone, Richard Gere, Michael Douglas e Emma Thompson – atores de Hollywood que já estiveram em Davos – não apareceram,
Parece Belém, mas não é. As discussões no fórum chegaram a uma conclusão que, até um ano atrás, era inimaginável. Os participantes admitem abertamente a incompetência do mercado em resolver todos os problemas. A mão invisível pode ter desaparecido de vez. Por isso, muitas vezes, os debates parecem sem rumo. Ora, se o livre mercado não pode ser considerado o único regulador da economia capitalista, será que vale admitir publicamente o que ninguém gosta de repetir? O Estado deve passar a intervir com mais frequência.
Consequências práticas da crise
Aliás, enquanto em Davos os grandes empresários foram obrigados a lidar com dilemas tão profundos, o governo dos Estados Unidos anunciou a queda de 3,8% do PIB do país no último trimestre de 2008 – maior queda desde 1982. Na Europa, mais de 1 milhão de franceses tomou as ruas do país para protestar contra as políticas econômicas do presidente Sarkozy.
Existe a real possibilidade de uma retração de 2% da economia francesa neste ano que se inicia. Por isso, em dezembro de 2008, o governo decidiu lançar um plano de estímulo no valor de 26 bilhões de euros. O repasse de verbas para bancos e empresas automotivas já foi aprovado pelo senado.
O que levou a população às ruas foi o fato de o plano prever também a redução permanente nos empregos do setor público, especialmente nas escolas, segundo informa o The New York Times.
O protesto na França pode ter profunda relação com o caos que tomou conta da Grécia em dezembro do ano passado. Relembre como foi clicando aqui.
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