A visita de Lula ao Irã em 15 de maio já começa a causar polêmica. Aliás, mesmo que Lula fosse à República Islâmica a passeio, estar no país que é a bola da vez das sanções internacionais já é notícia por si só. O fato é que a coluna de hoje do jornalista do Globo, do Rio de Janeiro, Merval Pereira traz informações surpreendentes que só jogam ainda mais lenha na fogueira no encontro entre o presidente brasileiro e o controverso parceiro iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
São dois os pontos que me parecem mais importantes: a afirmação de Merval Pereira de que membros do Gabinete de Segurança Nacional brasileiro estudam a possibilidade de um acordo nuclear com o Irã – ele vai além e afirma que o país construiu uma centrífuga em Aramar, São Paulo, capaz de enriquecer urânio.
Outra informação fundamental é de que, no encontro com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) marcado para maio, o Brasil simplesmente não assinaria um novo protocolo do organismo que pede livre acesso de seus inspetores a todas as instalações nucleares existentes no país. Segundo a coluna, Brasília argumentaria já haver garantias suficientes quanto aos propósitos pacíficos do programa nuclear brasileiro.
Achei tudo isso um tanto temerário. Mas meu bom-senso indica que é melhor aguardar as respostas oficiais a tantas e graves denúncias de hoje. Afinal, não haveria justificativas para romper com a AIEA e se aliar ao Irã. Não tem sido essa a postura do governo nos últimos oitos anos e não há porque mudar de forma tão radical agora.
Além do mais, mesmo que fosse esta a intenção de Lula, custo a acreditar que ele daria material tão farto à oposição às vésperas das eleições. Até porque um dos maiores adjetivos que os oposicionistas tentam agregar à candidatura de Dilma é justamente a preferência por parceiros e atitudes radicais.
Comprar a briga do Irã neste momento é dar um tiro no pé em relação aos objetivos internos de Lula e do PT. Tenho certeza de que o presidente brasileiro considera mais importante fazer seu sucessor a arrumar uma saída para Ahmadinejad frente às novas sanções que deve enfrentar muito em breve.
Esta preocupação está no centro da visita da secretária de Estado Hillary Clinton, no próximo dia 3. Muito interessante perceber que, apesar de sempre ter considerado o Brasil um importante ator global, este status conferido por Washington nunca se traduziu na criação de uma relação "especial" entre os dois países. E, quem diria, talvez Barack Obama tenha que correr para estreitar laços com o Brasil antes de Ahmadinejad.
São dois os pontos que me parecem mais importantes: a afirmação de Merval Pereira de que membros do Gabinete de Segurança Nacional brasileiro estudam a possibilidade de um acordo nuclear com o Irã – ele vai além e afirma que o país construiu uma centrífuga em Aramar, São Paulo, capaz de enriquecer urânio.
Outra informação fundamental é de que, no encontro com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) marcado para maio, o Brasil simplesmente não assinaria um novo protocolo do organismo que pede livre acesso de seus inspetores a todas as instalações nucleares existentes no país. Segundo a coluna, Brasília argumentaria já haver garantias suficientes quanto aos propósitos pacíficos do programa nuclear brasileiro.
Achei tudo isso um tanto temerário. Mas meu bom-senso indica que é melhor aguardar as respostas oficiais a tantas e graves denúncias de hoje. Afinal, não haveria justificativas para romper com a AIEA e se aliar ao Irã. Não tem sido essa a postura do governo nos últimos oitos anos e não há porque mudar de forma tão radical agora.
Além do mais, mesmo que fosse esta a intenção de Lula, custo a acreditar que ele daria material tão farto à oposição às vésperas das eleições. Até porque um dos maiores adjetivos que os oposicionistas tentam agregar à candidatura de Dilma é justamente a preferência por parceiros e atitudes radicais.
Comprar a briga do Irã neste momento é dar um tiro no pé em relação aos objetivos internos de Lula e do PT. Tenho certeza de que o presidente brasileiro considera mais importante fazer seu sucessor a arrumar uma saída para Ahmadinejad frente às novas sanções que deve enfrentar muito em breve.
Esta preocupação está no centro da visita da secretária de Estado Hillary Clinton, no próximo dia 3. Muito interessante perceber que, apesar de sempre ter considerado o Brasil um importante ator global, este status conferido por Washington nunca se traduziu na criação de uma relação "especial" entre os dois países. E, quem diria, talvez Barack Obama tenha que correr para estreitar laços com o Brasil antes de Ahmadinejad.
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