Novo relatório sobre a recuperação da economia americana foi divulgado hoje. Aos poucos, os EUA têm perdido menos postos de trabalho. No último mês de dezembro, o estudo aponta a perda de 85 mil empregos. A taxa média de desemprego permanece em 10%. Como recorda a Secretária de Trabalho, Hilda L. Solis, a situação hoje é bem menos grave do que no ano passado.
"Nesta época do ano, perdemos mais de 700 mil postos. A Lei de Recuperação (uma série de medidas adotadas pelo governo) continua a ajudar", diz.
O que isso tem a ver com a política externa? Bastante. Principalmente na área de segurança. Com a recuperação econômica, aos poucos a atenção da opinião pública interna dos EUA vai se voltar para o combate ao terrorismo. E o assunto retornou à vida cotidiana do imaginário local após o atentado frustrado do dia 25 de dezembro.
À medida que as primeiras necessidades após a crise começam a ser sanadas, certamente o governo Obama será cobrado a responder a questões relativas à segurança interna. Afinal, após oito anos de guerra em Afeganistão e Iraque, é natural que o terrorismo deixe de ser visto como uma ameaça à vida cotidiana.
Entretanto, com a al-Qaeda fazendo questão de acordar a opinião pública americana numa quase carnificina em pleno dia de Natal, a história muda por completo. Tanto que a imprensa está caindo de pau sobre os erros de segurança que fizeram de tudo para viabilizar o ataque.
Os fatos chocam pela inocência cometida pelas autoridades; além do aviso do pai de Abdulmutallab sobre a aproximação ideológica de seu filho ao fundamentalismo islâmico, ninguém achou estranho um jovem nigeriano sem bagagem comprar uma passagem apenas de ida para Detroit. Além disso tudo, o nome do rapaz estava numa lista de 550 mil nomes - é isso tudo mesmo - de suspeitos de ligação com terrorismo.
No discurso à nação de ontem, basicamente Obama fez um mea-culpa e garantiu que vai aumentar a lista de suspeitos. As informações de segurança deverão ser distribuídas com mais eficácia entre as diversas agências governamentais. Mas agora é tarde e a responsabilidade pelos erros ficou mesmo na conta do presidente.
O que importa agora é que a al-Qaeda conseguiu o que queria. Como numa relação de amor e ódio, sua carência está para terminar. Obama não precisará mais convencer os americanos quanto às evidências da ameaça terrorista. Imprensa e opinião pública cobram novas, mais tecnológicas e criativas formas de caçar os líderes da organização fundamentalista.
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