A pré-candidata democrata à presidência dos EUA Hillary Clinton deve estar rindo à toa. Neste momento, além de ser o nome mais popular na corrida presidencial, a ex-primeira dama e ex-secretária de Estado está relaxada assistindo ao debate no partido Republicano. Com seus quase 15 pré-candidatos, os republicanos estão preocupados com os nomes que têm surgido para atrapalhar a escolha interna. Nada mais sintomático do que a candidatura do bilionário Donald Trump, o acontecimento mais perturbador ao partido até agora.
Trump conseguiu construir fortuna de nove bilhões de dólares. Além de empresário bem sucedido, conquistou fama apresentando um reality show. O problema para os republicanos é que Trump expõe as entranhas do partido. Não que os republicanos necessariamente discordam de tudo o que diz, mas Trump fala demais – e não se incomoda em ser uma hipérbole política. Muito pelo contrário. O empresário e candidato a candidato já abriu o jogo sobre suas posições em política externa. Eis algumas das declarações durante o lançamento de sua campanha:
“Vou construir uma grande, grande muralha na nossa fronteira do sul e vou obrigar o México a pagar por ela – guardem minhas palavras. Ninguém vai ser mais duro com o Estado Islâmico do que Donald Trump (como Pelé, às vezes ele também fala sobre si na terceira pessoa). (...) Vou impedir o Irã de obter armas nucleares, e não vamos usar homens como o secretário Kerry (John Kerry, secretário de Estado) que não sabe absolutamente nada de negociação, que está fazendo um acordo (com o Irã) terrível, que está sendo aproveitado (pelo Irã) enquanto eles produzem armas neste exato momento, que participa de uma corrida de bicicleta aos 72 anos de idade, cai e quebra a perna”.
Esta não foi a declaração completa. Trump também chama de farsa o aquecimento global e diz ter um plano infalível para derrotar o EI. Ele não explica exatamente qual é sua estratégia já que se trata de um trunfo diante dos demais candidatos republicanos e porque, claro, isso tornaria o plano vulnerável.
Em relação à economia interna, considera que políticas de estímulo do Federal Reserve (o banco central americano) ameaçam a saúde financeira e enfraquecem o dólar. Nos EUA, quando o governo dá a entender que irá participar do estímulo econômico, os republicanos iniciam uma campanha ofensiva, dando ao presidente o adjetivo mais ofensivo do cenário político local: socialista.
Trump não deve ser o candidato republicano, mas a forma como expõe suas perspectivas para o país – e o mundo – torna o partido ainda mais vulnerável no debate com os democratas.
2 comentários:
fora verborragia e demagogia eu concordo com a maioria das visoes dele... e para o judeus sera fantastico se um republicano ganhar
Obrigado pelo comentário. Como informação, vale dizer que cerca de 80% dos judeus americanos votam no partido Democrata.
Um abraço.
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