Depois de uma longa semana repleta de expectativa, tensão, mortes e sofrimento, finalmente Israel lançou a ofensiva terrestre em Gaza. Numa operação envolvendo dez mil soldados, forças de engenharia, tanques, Marinha, o Shin Bet e outros serviços de segurança, o ataque acrescenta um fato novo ao objetivo inicial de destruir o máximo possível da infra-estrutura do Hamas.
Se nos primeiros dias o alvo era a capacidade técnica e de mobilização do grupo extremista, agora Israel quer tomar os pontos de onde os foguetes são lançados.
Muito possivelmente bem-sucedida do ponto de vista militar, a operação pode custar muito caro a Israel. O número de vítimas civis deve aumentar, uma vez que devido à complexidade e densidade populacional do território – além da tática de guerrilha aplicada pelo Hamas – é muito difícil a diferenciação entre terroristas e a população regular de Gaza. Ao contrário dos israelenses, os extremistas do Hamas não usam uniformes ou qualquer identificação.
Segundo o jornal Haaretz, os primeiros passos da operação envolveram o bombardeio por aviões da Força Aérea da principal estrada de Gaza, de forma a dificultar a movimentação de membros do Hamas. Antes da entrada das tropas israelenses, a artilharia teria destruído explosivos e minas terrestres colocados pelo grupo ao longo da fronteira.
Do ponto de vista da opinião pública, a mudança de estratégia pode gerar mais críticas a Israel de dois lados distintos. A já assertiva comunidade internacional deve pressionar ainda mais pelo fim da ofensiva; e, dependendo do desempenho do exército e do número de soldados mortos, o público interno do Estado Judeu pode exigir explicações de um já desgastado governo, além de investigações internas da Suprema Corte questionando a competência de Olmert, Barak e Livni a um mês das eleições gerais no país.
Até o momento, pesquisas apontam que o ministro da defesa, Ehud Barak, é o maior vencedor, mesmo se não for o próximo primeiro-ministro: ele traz de volta ao cenário político o Partido Trabalhista, que, de legenda fundadora e de inquestionável importância na história do país, estava relegado à terceira força – atrás de Kadima e Likud.
A incursão terrestre em Gaza não surpreende. Os reservistas já haviam sido convocados e, desde o primeiro dia de ofensiva, Barak deixa claro que Israel não iria se limitar aos bombardeios aéreos. Ele também repetiu inúmeras vezes que os ataques podem durar muito tempo, de maneira a envergar o Hamas ao máximo antes de uma inevitável trégua.
No entanto, as posições entre membros importantes do governo israelense são divergentes. Autoridades de defesa tendem a aceitar um acordo com o Hamas – mesmo que informal.
A ministra da Relações Exteriores e candidata do Kadima nas próxima eleições, Tzipi Livni, é favorável ao fim da hostilidades – mesmo sem encerramento formal dos conflitos – , desde que a situação atual deixe absolutamente claro que Israel responderá com o uso da força a qualquer novo lançamento de mísseis sobre o sul.
Já o primeiro-ministro, Ehud Olmert, prefere um cessar-fogo respaldado pela comunidade internacional. Para ele, o cenário também deveria incluir o monitoramento de organismos multilaterais – como ONU, União Européia etc – das atividades do Hamas durante a próxima trégua.
Se nos primeiros dias o alvo era a capacidade técnica e de mobilização do grupo extremista, agora Israel quer tomar os pontos de onde os foguetes são lançados.
Muito possivelmente bem-sucedida do ponto de vista militar, a operação pode custar muito caro a Israel. O número de vítimas civis deve aumentar, uma vez que devido à complexidade e densidade populacional do território – além da tática de guerrilha aplicada pelo Hamas – é muito difícil a diferenciação entre terroristas e a população regular de Gaza. Ao contrário dos israelenses, os extremistas do Hamas não usam uniformes ou qualquer identificação.
Segundo o jornal Haaretz, os primeiros passos da operação envolveram o bombardeio por aviões da Força Aérea da principal estrada de Gaza, de forma a dificultar a movimentação de membros do Hamas. Antes da entrada das tropas israelenses, a artilharia teria destruído explosivos e minas terrestres colocados pelo grupo ao longo da fronteira.
Do ponto de vista da opinião pública, a mudança de estratégia pode gerar mais críticas a Israel de dois lados distintos. A já assertiva comunidade internacional deve pressionar ainda mais pelo fim da ofensiva; e, dependendo do desempenho do exército e do número de soldados mortos, o público interno do Estado Judeu pode exigir explicações de um já desgastado governo, além de investigações internas da Suprema Corte questionando a competência de Olmert, Barak e Livni a um mês das eleições gerais no país.
Até o momento, pesquisas apontam que o ministro da defesa, Ehud Barak, é o maior vencedor, mesmo se não for o próximo primeiro-ministro: ele traz de volta ao cenário político o Partido Trabalhista, que, de legenda fundadora e de inquestionável importância na história do país, estava relegado à terceira força – atrás de Kadima e Likud.
A incursão terrestre em Gaza não surpreende. Os reservistas já haviam sido convocados e, desde o primeiro dia de ofensiva, Barak deixa claro que Israel não iria se limitar aos bombardeios aéreos. Ele também repetiu inúmeras vezes que os ataques podem durar muito tempo, de maneira a envergar o Hamas ao máximo antes de uma inevitável trégua.
No entanto, as posições entre membros importantes do governo israelense são divergentes. Autoridades de defesa tendem a aceitar um acordo com o Hamas – mesmo que informal.
A ministra da Relações Exteriores e candidata do Kadima nas próxima eleições, Tzipi Livni, é favorável ao fim da hostilidades – mesmo sem encerramento formal dos conflitos – , desde que a situação atual deixe absolutamente claro que Israel responderá com o uso da força a qualquer novo lançamento de mísseis sobre o sul.
Já o primeiro-ministro, Ehud Olmert, prefere um cessar-fogo respaldado pela comunidade internacional. Para ele, o cenário também deveria incluir o monitoramento de organismos multilaterais – como ONU, União Européia etc – das atividades do Hamas durante a próxima trégua.
2 comentários:
Acabei de ver no Globo On-line uma seção de fotos chamada "Crianças no Fogo Cruzado". Interessante observar que o jornal mostra apenas imagens de crianças palestinas (!). Se é para motivar ódio assim, daqui a pouco vai ter gente no Brasil celebrando atentado terrorista em Israel. O Hamas faz um excelente papel de coitadinho, só porque é ruim de mira e não tem acertado alvos mais povoados. No dia que acertar, já estou preparado para ouvir pelas esquinas cariocas "bem feito para aqueles judeus sanguinários". Queria ver se a França ficaria parada caso os muçulmanos decidissem atirar centenas de mísseis sobre seu território. E o Lula???? Pq o governo brasileiro "emite" pitacos sobre o Oriente Médio e esquece a Tijuca, em pleno Rio de Janeiro??? O que ele tem a dizer sobre o quarto arrastão em menos de seis meses na região das ruas Dona Delfina, José Higino e Avenida Maracanã??????? Vai condenar ou vai se manter calado???
Pelo jeito o governo brasileiro não "deplora" a criminalidade nas ruas. Arranjar solução para o problema dos outros é bem mais fácil. Como costuma dizer um amigo meu: "tudo é fácil para quem não vai fazer". Aliás, a França reclama de Israel, mas fez coisa muito pior na Guerra de Independência da Argélia, contra a Frente de Libertação Nacional.
Já o Hamas está no melhor dos mundos. Se mata ganha pois posa de defensor dos palestinos. Se morre ganha pois atrai a simpatia da opinião pública internacional. Opinião essa que fecha os olhos para outros "desastres humanitários" bem mais graves e antigos, como o de Darfur. Num mundo de solidariedade assimétrica desencadeada pelos interesses da mídia, sobra pena para os palestinos e falta pena para os africanos. Se eu fosse uma criança sudanesa, eu iria querer ser uma criança palestina...
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