quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Luz no fim do túnel

“Seria um cessar-fogo diferente do que existiu durante os últimos seis meses”. A declaração do porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Gordon Duguid, pode sinalizar o que se passa na complexa política de bastidores do atual conflito entre Israel e Hamas.

Entretanto, os novos rumos do confronto podem confirmar a tese israelense de que a abrangência da ofensiva poderia ser favorável ao Estado Judeu.

Agora, além dos Estados Unidos, ONU, Rússia e União Européia – o chamado Quarteto, grupo encarregado do processo de paz no Oriente Médio – estão amplamente favoráveis à assinatura de um acordo permanente em que o Hamas na teoria seria vigiado de perto pela comunidade internacional.

Se isso acontecer mesmo, a estratégia israelense explicada no post anterior terá se mostrado eficiente. Resta saber de quem irá partir a iniciativa de propor a trégua. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, mostrou-se profundamente irritado ao saber que membros do Ministério da Defesa haviam levantado a hipótese e comentado com a imprensa.

Justamente porque negar qualquer possibilidade de suspensão da ofensiva é parte do discurso oficial de Israel. Quanto mais o Hamas levar a sério a intenção do exército israelense de destruí-lo de vez, mais capital político Israel terá durante as negociações – mesmo que, como sempre, indiretas.

Talvez por este motivo também mais reservistas tenham sido convocados.

De qualquer forma, tendo a concordar com o ex-comandante das Forças de Defesa de Israel em Gaza. Para Shmuel Zakai, o Hamas é uma organização pragmática que, a partir do momento em que perceber que o lançamento de Qassams é contrário a seus interesses, irá interromper a chuva de mísseis no sul de Israel. Para isso, no entanto, ele defende uma abordagem diferente, que combine a atual ofensiva com uma demonstração clara de que a vida em Gaza pode se tornar melhor.

“Nós poderíamos ter aliviado o bloqueio de uma forma que o Hamas entendesse que acabar com o lançamento de mísseis seria útil. Mas a partir do momento em que há um cessar-fogo e a pressão econômica continua, é claro que o Hamas vai tentar melhorar os termos desta trégua; e maneira como consegue isso é voltar a jogar mísseis em Israel”, diz em entrevista ao Haaretz.

O próximo cessar-fogo só será efetivo se vier acompanhado de benefícios concretos para a população de Gaza. Pode ser a facilitação de cruzamento da fronteira, de entrada e saída de bens e mercadorias etc.

Se a população palestina se sentir recompensada por um acordo, seguramente o Hamas será enfraquecido. Até porque ficará claro que se um novo míssil for disparado sobre Israel, os benefícios serão suspensos.

Feliz ano novo

Entro em recesso hoje até o dia 4 de janeiro, quando volto a escrever. Para encerrar o ano, deixo o link com fotos muito interessantes que mostram bem como foi este 2008 pelo mundo. Clique
aqui para vê-las. Feliz ano novo e espero retornar comentando a resolução deste conflito e o apaziguamento da situação.

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