Nos últimos anos houve muitas críticas a atual função da ONU. Na verdade, já existe quase um consenso internacional de que o papel da organização, criada sobre os escombros da Segunda Guerra Mundial, precisa ser revisto. Mas, no momento em que os Estados Unidos mostram disposição para orquestrar uma nova política externa, o presidente da Assembleia Geral da ONU decide andar para trás.
Miguel d’Escoto Brockmann é um padre católico que foi ministro das relações exteriores da Nicarágua entre 1979 e 1990. Suas declarações polêmicas já são conhecidas e ele é considerado um dos antiamericanos de maior poder no ocidente. Na década de 1980, chamou o presidente dos EUA Ronald Reagan de açougueiro.
Nesta semana, durante conferência de imprensa, ele – que é o presidente da Assembleia Geral da ONU, não custa repetir – disse estar comovido com o grande respeito com que o Irã trata seus vizinhos. Também declarou que Mahmoud Ahmadinejad tem sido injustamente demonizado no ocidente.
Para completar, d’Escoto disse que considera racista a recente condenação do presidente sudanês Omar al-Bashir pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Para justificar toda a sua “comoção” com o regime iraniano, ele alegou desconhecer que Ahmadinejad havia pedido, por exemplo, a destruição do Estado de Israel, além de ter promovido um concurso de caricaturas com o objetivo de ironizar o Holocausto.
Vale lembrar que a imprensa internacional cansou de repercutir as declarações do presidente iraniano, sendo que Ahmadinejad já pediu que Israel fosse “varrido do mapa” até mesmo em pronunciamento na própria ONU.
Em relação ao Sudão, d’Escoto tampouco mencionou o massacre de civis ou a expulsão das agências de ajuda internacionais em retaliação à decisão do TPI.
Adotando hoje posições bastante firmes contra EUA e o ocidente, um dado curioso da biografia de d’Escoto é que ele fez parte da folha de pagamento da CIA quando morava no Chile na década de 1980. Outro fato interessante é que, como padre, foi publicamente repreendido durante visita do papa João Paulo II a Manágua, em 1983.
Suas declarações venais são movidas pelo ódio puro ao ocidente. O problema é que ele é simplesmente o presidente da Assembléia Geral da ONU. E, num momento em que a organização busca reafirmar o propósito de sua existência, girar gratuitamente a metralhadora da ignorância não vai levar as Nações Unidas a lugar algum.
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