Ainda sobre o tráfico de drogas no México, a situação por lá é bem mais complicada do que em outros países latino-americanos. Além de participação na política, da organização em gangues muito bem armadas, segundo a revista Forbes os traficantes mexicanos ainda estão roubando Petróleo. E não é pouco.
Somente no ano passado, a empresa estatal – e que detém o monopólio do setor – Petróleos Mexicanos (Pemex) estima ter sido roubada em cerca de 720 bilhões de dólares em produtos relacionados ao petróleo.
Como se vê, a criminalidade se estende para muito além da produção e distribuição de drogas. Seria como se, por aqui, nossas milícias decidissem roubar a Petrobrás.
O combate ao tráfico no México é mais um braço da política de Barack Obama para a América Latina – praticamente esquecida durante os oito anos de governo Bush.
Mas, ao contrário da posição conciliadora que vem adotando com o mundo muçulmano, por exemplo, o presidente da mudança não vem distribuindo tolerância ou mesmo estabelecendo parceria com os países ao sul dos EUA.
A maneira como foi conduzida a posição oficial de Washington acerca do golpe que derrubou o presidente de Honduras demonstra certa impaciência com os assuntos do continente.
O primeiro comunicado oficial da Casa Branca não chegou nem mesmo a criticar a deposição de Manuel Zelaya, como lembra o economista Mark Weisbrot.
Ora, se a política externa americana segue uma linha coerente de se colocar ao lado da democracia, como manter a neutralidade diante de um escandaloso ataque a um regime legitimamente eleito?
É preciso lembrar que a posição foi revista dias depois, mas pegou mal o modo como o assunto foi tratado. Até porque, como afirma Weisbrot, nenhuma outra medida cabível foi tomada.
“Obama disse que não poderia simplesmente ‘apertar um botão’ e restituir Zelaya. Mas ele sequer ‘usou os botões’ que tinha à disposição, por exemplo, o congelamento de bens que os autores do golpe têm nos EUA ou ao menos cancelar seus vistos de entrada em território americano”, escreve Weisbrot no New York Times.
Será que, apesar dos discursos, a América Latina continuará a ser ignorada pela política externa dos EUA? Talvez a atual crise na Colômbia sirva ao menos para lembrar Obama que os países ao sul do Rio Grande estão dispostos a conversar e, principalmente, negociar tráfego de pessoas e produtos.
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