O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, divulgou um plano que pretende criar condições estruturais para o futuro Estado palestino. O projeto envolve a construção de um aeroporto internacional na Cisjordânia, além de portos e rodovias.
A notícia é interessante, mas levanta algumas questões: por que nunca se pensou neste tipo de investimento, uma vez que os Acordos de Oslo de 1993 – que, inclusive, criaram a Autoridade Palestina – previam uma série de passos que culminariam com a declaração de independência?
Não é o caso de se condenar o plano de Fayyad. Muito pelo contrário. Ele merece admiração, uma vez que a simples movimentação da economia palestina é digna de nota. Mas é preciso também não se furtar das perguntas mais difíceis: onde estão os bilhões de dólares e euros doados à AP nesses 15 anos? O que foi feito desse dinheiro?
Até porque – vale lembrar também – os acordos de 1993 assinados entre Israel e a liderança palestina previam a construção gradual de instituições políticas, sociais e econômicas capazes de não apenas tocar o Estado palestino, mas também assumir os difíceis compromissos de paz. Nada disso aconteceu.
Hoje, 15 anos depois, Gaza está nas mãos do Hamas, grupo que sequer reconhece Israel e, muito menos, os acordos de Oslo. O Fatah – de Fayyad e Abbas, o presidente palestino – parece que agora se movimenta muito mais para se consolidar como um contraponto ao grupo radical islâmico do que porque está de fato preocupado com o inerte processo de paz e os absurdos níveis de desemprego dos próprios palestinos.
O post de amanhã vai tratar da estagnação do processo de paz promovida pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
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