Muito pior do que a situação de hoje do tráfico de drogas na Colômbia é o atual estágio envolvendo morte, ineficácia e enorme gasto de dinheiro público no México. A guerra contra o narcotráfico por lá preocupa muito mais Estados Unidos e Canadá do que a polêmica sobre as bases militares que serão cedidas pelo governo de Álvaro Uribe às forças armadas americanas.
Por questões geográficas, a relação entre México e EUA é muito mais intensa. Membro do Nafta (a área de livre comércio da América do Norte que conta com a participação de mexicanos, americanos e canadenses, mas tão longe de ser uma parceria ideal quanto o Mercosul), o México tem o privilégio – e os malefícios – de contar com o mercado consumidor americano para despejar a produção do país. O problema é que isso inclui também o comércio de drogas e armas.
Segundo o londrino Times, os cartéis mexicanos traficam anualmente 39 bilhões de dólares em drogas – cocaína, na maior parte – para os EUA. Os americanos são responsáveis pelo consumo de cerca de 80% das drogas produzidas no México.
Sem a menor dúvida, é o México o maior prejudicado por essas estatísticas. Como o consumo de drogas é proibido nos Estados Unidos e o viciado ainda é tratado como criminoso, não resta outra alternativa às autoridades mexicanas do que combater os traficantes à bala.
E o Estado mexicano vem perdendo esta guerra; em 2008, o número de mortos do lado latino-americano da fronteira chegou a 10 mil, entre juízes, autoridades, policiais e civis. Todos vítimas da violência de organizações criminosas envolvidas na produção e distribuição de drogas.
“Essas condições têm tornado os narcóticos o próximo maior problema da América do Norte. A cada ano, os americanos prendem milhares de pessoas, gastam bilhões de dólares e se recusam sequer a debater questões como legalização, regulamentação e taxação das drogas”, escreve a jornalista Diane Francis, do canadense National Post.
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