O Brasil já conseguiu uma vitória importante no caso de Honduras: o reconhecimento mundial de que o país é o porta-voz da defesa da restituição do presidente deposto. Ou seja, caso encerrado. Uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) parte para resolver a situação e o embate – sangrento e por ora com poucas chances de resolução – entre Zelaya e Micheletti neste final de semana.
Acho que é chegada a hora de pular fora deste barco. O Brasil pode até tomar parte na mediação das conversas entre os partidários do presidente eleito e os golpistas. Mas fica claro que o papel principal agora passa a ser exercido pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Cabe lembrar que, após conseguir destaque durante a Assembleia Geral da ONU, o Brasil tem a partir de amanhã um encontro muito mais relevante para seus interesses neste novo mundo que se configura: a reunião do G20 em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Como país em desenvolvimento e cada vez mais presente no cenário internacional, é fundamental que o Brasil consiga apresentar suas demandas durante a cúpula. E é bem possível que isso aconteça, uma vez que é inegável que, após a crise financeira global, as grandes economias que não fazem parte do primeiro mundo precisam ser ouvidas.
“O consumidor americano não pode mais ser o ‘motor’ da demanda. Europa e Japão tampouco. A China pode ajudar, (...) mas com acesso a financiamentos, outros países em desenvolvimento talvez possam alavancar uma recuperação global”, diz editorial do Financial Times.
Ou seja, é preciso aproveitar o momento com soluções criativas para a crise. Possivelmente, o Brasil vai expor os dados importantes de baixos índices de desemprego e a redução da desigualdade como exemplos que legitimam o país como interlocutor importante da nova ordem global. É claro, Lula deve reafirmar a posição contrária à autorregulação indiscriminada dos mercados como ponto de partida para qualquer discussão.
O presidente brasileiro já apresentou esta visão em artigo assinado por ele e publicado na quarta-feira no Los Angeles Times.
“A mudança climática e a competição global por fontes energéticas e mercados confirmam o que já sabíamos: a globalização nos tornou mais dependentes uns dos outros. No ano passado, o Brasil tomou a dianteira na defesa da consolidação do G20 como fórum de líderes capazes de trazer racionalidade no gerenciamento da crise. Chegou o momento de mostrar vontade política para fazer ajustes fundamentais de estrutura”, escreve.
Vale prestar atenção também aos resultados dos diálogos entre China e EUA. Os dois gigantes do comércio internacional devem entrar
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