quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Irã está de volta às manchetes

Ainda sobre o post de ontem, vale citar mais um caso envolvendo a manipulação da história em nome de objetivos políticos. Notícia publicada pela Associated Press (AP) dá conta da mais nova polêmica em Gaza. O Hamas, que controla o território, declarou que se recusa a aceitar o pedido da ONU de incluir o ensino do Holocausto nas escolas locais. Não podia esperar qualquer outra atitude mesmo.

Mas, o fato é que ensinar a história dos dois lados para crianças israelenses e palestinas contribuiria para estreitar os laços e diminuir a demonização ideológica de ambos os povos. A verdade é que iniciativas deste tipo estavam previstas nos Acordos de Oslo de 1993 – acordos esses que o Hamas sequer reconhece.

E é o Irã, um dos principais patrocinadores do grupo, que novamente retorna às manchetes. O programa nuclear do país está em discussão às vésperas do prazo final estabelecido por Obama para aceitar alguma resposta aos inúmeros convites de diálogo feitos ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Agora, é a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) quem decidiu passar a mão sobre a cabeça de Ahmadinejad, afirmando que as ambições nucleares do país não têm objetivos militares...

Com a agência da ONU praticamente liberando o Irã para fazer o que bem entender com a energia nuclear que produzir, as potências ocidentais passam a ter três alternativas: 1) aceitar conviver com um Irã nuclear; 2) aplicar sanções contra o país; 3) partir para uma ofensiva no momento em que julgar que a situação chegou a um patamar inaceitável.

Acho que é ponto passivo que a alternativa número um está descartada pelo menos por EUA, Israel e parte dos países europeus. Ao mesmo tempo, Obama ainda não se mostra favorável à terceira possibilidade. A aplicação de sanções me parece a decisão mais viável, muito embora não considere-a eficaz aos propósitos de interromper o programa nuclear iraniano. Existe a ideia de que impedir a venda de petróleo a Teerã possa colocar Ahmadinejad em alerta, já que o país importa 40% do combustível refinado que consome.

Como curiosidade sobre a possibilidade de um ataque ao Irã, alguns dados de uma pesquisa recente realizada entre os norte-americanos: 86% dos entrevistados acreditam que “a comunidade internacional deve impedir que o Irã desenvolva armas nucleares”; 84% dizem que “mesmo com todos os problemas enfrentados internamente pelos Estados Unidos hoje, o país deve continuar a trabalhar duro para impedir o acesso do Irã a armamento nuclear”.

Em algum momento, Obama vai se render a seus eleitores. Resta saber apenas quando isso vai acontecer.

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