A seguinte declaração da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, serve de alerta – pelo menos aos que estão dispostos a ouvir:
“Se o pior, o impensável, estiver para acontecer, e o avanço do Talibã com apoio da al-Qaeda e outros extremistas derrubar o governo (do Paquistão) por sua incapacidade de derrotar (os terroristas), então estes terão as chaves para o arsenal nuclear do país”, disse.
A figura política do mais alto escalão de política externa da maior potência do planeta já trabalha com a possibilidade de que um dos oito países conhecidos detentores de tecnologia nuclear seja tomado pelo grupo fanático-religioso do Talibã.
Pouca gente deu atenção às palavras de Clinton. Mas o que fazer diante desta ameaça que, como mencionado no texto desta segunda-feira, torna-se mais concreta a cada dia?
Como não é possível reverter os erros do passado – responsabilidade que em boa parte deve ser creditada ao próprio governo paquistanês –, é preciso agir rápido para conter o avanço do Talibã.
E essa solução passa inevitavelmente pelo deslocamento de tropas americanas do Afeganistão para o noroeste do Paquistão. Se no passado não houve qualquer intervenção internacional a ponto de o caos estar instalado a
Se já foram repassados 12 bilhões de dólares a corruptos e incompetentes governantes do Paquistão que preferiram desviar os recursos para uso próprio ou compra de armamentos para se contrapor à Índia, é chegada a hora de dar um basta.
Está claro que a diretriz do governo Obama é tentar a conciliação a qualquer custo e basear suas decisões numa oposição teórica a Bush. É justo e muitas vezes funciona. Mas impedir que o Talibã tenha acesso ao arsenal de cerca de 60 – ou mais, ninguém sabe ao certo – bombas nucleares do Paquistão é um objetivo mais do que nobre.
Em reunião nesta segunda-feira em Cabul, os chanceleres de Irã, Paquistão e Afeganistão se comprometeram a reforçar os laços mútuos de combate ao terrorismo – também foram discutidos temas como crime organizado e narcotráfico.
É claro que esses países não têm capacidade para implementar quaisquer decisões sem ajuda internacional. No caso do Irã, especificamente, o país envia mensagens no mínimo contraditórias sobre a real disposição de ser um aliado na guerra contra o terror – até porque este conceito é bastante singular na cabeça de Mahmoud Ahmadinejad.
Por ora, só nos resta esperar e torcer para duas possibilidade remotas: que o exército paquistanês consiga impedir o avanço do Talibã; ou que, se alcançando o arsenal nuclear, os fanáticos-terroristas não façam uso dele ou transfiram para quem estiver disposto a fazer (lembrando apenas que bom senso não costuma ser o ponto forte do Talibã, grupo que condenou uma menina de 17 anos a morte por ter sido vista conversando com um homem com quem não tinha nenhum grau de parentesco).
Nenhum comentário:
Postar um comentário