terça-feira, 14 de abril de 2009

Enquanto Obama relaxa restrições a Cuba, China anuncia metas sociais

Algumas e significativas alterações realizadas pela gestão Obama em relação a Cuba chegam justamente às vésperas da Cúpula das Américas, cujas discussões foram tema do texto de sexta-feira. Mas outro considerável avanço político passou meio despercebido nesta terça-feira. A China anunciou o que chama de Plano Nacional de Ação em Direitos Humanos 2009-10.

O documento foi divulgado ontem pelo Partido Comunista chinês e propõe o aumento da proteção aos direitos civis, alvo constante de acusações da comunidade internacional que credita ao governo de Beijing sua sistemática violação.

Apesar de sem a menor dúvida o comunicado chinês significar um passo importante das autoridades do país, segundo o The New York Times, entretanto, o documento não prevê qualquer reforma fundamental do sistema político da China baseado na existência de um único partido.

Ainda segundo o jornal, não existe previsão de mudança em outros pontos fundamentais, como a criação de cortes de justiça independentes e desvinculadas do PC.

No caso de Cuba – país que ao lado da China é sempre alvo de polêmicas envolvendo, principalmente, o tratamento dispensado aos dissidentes –, qualquer manifestação do governo americano costuma causar uma onda de discussões apaixonadas. Até porque está localizada a poucos quilômetros da costa dos EUA e os cubano-americanos costumam fazer barulho.

De maneira geral, segundo a edição do jornal O Globo de hoje, a população americana – mesmo os que não são parentes de refugiados ou tenham qualquer ligação com Cuba – apoia o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países. De acordo com pesquisa realizada pela CNN, 71% dos americanos são favoráveis à ideia.

Mas há de tudo um pouco entre os que, dos Estados Unidos, defendem o fim do regime de Castro & Castro. Para o colunista do The Washington Post Eugene Robinson, somente a “invasão” monetária pode derrubar o regime.

“Deveríamos acabar com o embargo e também com qualquer restrição às viagens a Cuba. Essas medidas colocariam o ônus no lado cubano, que deveria inventar uma maneira de evitar que hordas de americanos capitalistas invadissem a ilha com perigosas ideias contrarrevolucionárias”, diz.

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