Quando o presidente russo, Dmitry Medvedev, afirma que os assassinos da ativista de direitos humanos Natalia Estemirova serão encontrados, ele está mentindo. E esta não é somente uma opinião, mas a confirmação ao se levar em conta as estatísticas das eliminações sumárias de opositores ao governo russo nos últimos anos.
Em 2004, 2006, 2008 e 2009 foram seis mortos. Alguns fatores comuns aos casos de execuções: 1) todas as vítimas tiveram algum tipo de atuação relevante ao expor práticas autoritárias ou mesmo assassinatos cometidos em nome da administração Putin-Medvedev; 2) os mortos eram ativistas de direitos humanos, advogados ou jornalistas e pagaram com a própria vida por desafiar o Kremlin; 3) nenhum dos assassinos dos seis opositores foi condenado por qualquer crime.
Por mais incrível que pareça e apesar de toda a pressão internacional sobre Moscou para que ao menos esclareça os casos, há uma curva ascendente que leva a crer que o número de estranhos assassinatos tende ao crescimento; em 2004, 2006 e 2008 foram três crimes; somente em 2009, até o momento, já ocorreram mais três. E ainda estamos no meio do ano.
A quantidade de crimes se torna mais significativa se o espectro político for ampliado, como no caso da própria Natalia Estemirova. Suas denúncias miravam Moscou, mas relatando os abusos do governo da Chechênia – cujo líder Ramzan Kadyrov é apoiado por Putin-Medvedev. Somente Kadyrov é acusado de ter assassinado sete de seus críticos desde setembro do ano passado.
Ao merecer editoriais dos principais jornais do mundo, ao menos a imprensa cumpre seu papel de deixar constrangido um governo que não pensa duas vezes antes de eliminar aqueles que o criticam.
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