O status quo no Oriente Médio pode começar a mudar em breve. Leia-se, lentamente os países da região estão se ajustando em novas alianças ou renovando compromissos antigos. Este é um movimento positivo, sem dúvida, mas não significa que em breve um grande acordo de paz será redigido. De qualquer forma, vale fazer alguns registros importantes.
A Turquia – cujo território faz a ponte entre Europa e Ásia – dá sinais de que tem interesse em mediar futuros diálogos entre Israel e Síria. Este é um desejo antigo do país, mas deixado de lado após a ofensiva israelense em Gaza, no começo do ano. Ancara e Jerusalém sempre foram parceiros, inclusive com cooperação militar entre ambos.
Mas a relação ficou desgastada após as duras críticas do primeiro-ministro Tayyip Erdogan a Israel no começo do ano, inclusive deixando o presidente Shimon Peres falando sozinho no fórum de Davos, na Suíça.
A imprensa turca informou que o presidente sírio, Bashar Assad, pediu a Erdogan para exercer o papel de mediador entre Israel e Síria. Mas, segundo o jornalista turco Semih Idiz, esta pode não passar de uma estratégia de propagando de Assad.
“Ele quer que a Turquia esteja envolvida justamente por saber que Netanyahu não vai topar”, diz ao jornal The National, dos Emirados Árabes Unidos.
Acredito, entretanto, que é bem capaz de Bibi aceitar dialogar neste momento. Por alguns motivos: o atual governo israelense prefere se focar nos acordos de paz com os demais países árabes a enfrentar as grandes complicações que travam as negociações com os palestinos; restabelecer o bom relacionamento com Ancara é fundamental para Israel – que quer a Turquia a seu lado ou mesmo neutra num eventual conflito com o Irã; seria importante dar um passo em direção a um acordo com os sírios até para melhorar a estremecida relação com os Estados Unidos – que, por sua vez, desejam uma aproximação com Damasco e têm criticado a política de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
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