Entre ontem e hoje, foram escritos mais dois capítulos da história do Oriente Médio que não costuma receber qualquer destaque por aqui. Nos territórios palestinos e no Irã, duas evidências dos pequenos conflitos internos do chamado mundo muçulmano que podem ser sintomáticos da enorme e silenciosa tensão que cresce a passos cada vez mais acelerados na região.
Sem dúvida, foi o Irã que tomou medidas mais claras na escalada belicosa entre Estados sunitas e xiitas. Em resposta ao atentado contra uma mesquita xiita em Zahedan, no sul do país, em maio, foram enforcados nesta quinta-feira 13 membros do grupo denominado Jundallah (“soldados de Alá”).
Os terroristas afirmam representar os direitos da minoria sunita do país. Mas, segundo as autoridades iranianas, o grupo tem laços bastante próximos a “forças externas”, de acordo com informações da Aljazeera – possivelmente a al-Qaeda, que muitos acreditam estar enfraquecida ou mesmo inoperante.
Na Cisjordânia, por sua vez, o governo palestino tomou uma medida extrema. Não contra Israel, mas contra a própria rede de notícias Aljazeera, a “CNN” do mundo árabe.
Irritado com as declarações dadas por um rival ao canal de televisão, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ordenou a suspensão das atividades da Aljazeera nos territórios. Para constar, Farouk Kaddoumi, membro há muito anos do Fatah de Abbas, acusou o presidente palestino de ter colaborado para a morte de seu antecessor e herói nacional Yasser Arafat.
Abbas não pensou duas vezes, até porque ele já estaria irritado com a cobertura jornalística da rede. Segundo seus aliados, a Aljazeera estaria sendo favorável ao Hamas.
Por trás das atitudes de Irã e Autoridade Palestina, a batalha entre sunitas e xiitas. É sempre bom levar em conta que o Hamas é um satélite iraniano na região, armado e financiado pela república islâmica. É muito importante tomar conhecimento deste conflito cada vez mais presente de forma a analisar os próximos passos políticos e militares que serão tomados.
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