A reivindicação curda por uma região realmente autônoma começa a merecer atenção de Estados Unidos e União Europeia. Não, os dois mais importantes atores internacionais não estão imbuídos de um esforço altruísta em nome da autodeterminação curda jamais concretizada.
Simplesmente, o governo americano passou a considerar a questão como a maior ameaça à estabilidade do Iraque. E, de fato, esta é a prioridade. A criação de um Curdistão vem apenas à reboque.
Há outro ponto importante nessa disputa. Soa como lugar-comum, mas o norte do país – território onde os curdos estão estabelecidos – é rico em petróleo.
Segundo a Associated Press, oficiais dos EUA alertam para a possibilidade de confrontos entre árabes e curdos na fronteira norte do Iraque.
Manter a estabilidade do povo curdo parece ser uma nova prioridade. Afinal, eles estão espalhados por Iraque, Síria e Turquia. No atual momento de tensão repleta de expectativas sobre conflitos num futuro não tão distante, uma revolta unida de curdos em países importantes da região não favoreceria a ninguém.
Após as eleições curdas de domingo, foi a vez de a Turquia divulgar nesta quarta-feira que está disposta a conceder mais direitos aos curdos do país. É um movimento importante de um Estado que pode ser fundamental na mediação de diálogos entre EUA e Irã e Israel e Síria.
Mais ainda, é um passo significativo para resolver a insurgência curda na Turquia que já dura 25 anos.
Sem a mesma força dos Estados nacionais, os curdos passaram a ser importantes no jogo político atual do Oriente Médio por acaso. Sempre fizeram barulho. Sempre estiveram no ostracismo da imprensa. Será interessante ver como os países da região irão reagir caso se confirme este novo tratamento dado pelo EUA ao assunto.
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