Na enorme indecisão estratégica no Afeganistão, a Grã-Bretanha começa a se questionar sobre sua participação na ofensiva. Um total de 191 britânicos morreu no país desde 2001. Neste mês de julho que está para terminar, já foram 22 mortos. Os números levaram a uma enorme cobrança por parte da opinião pública refletida numa pesquisa conduzida pela empresa ComRes.
Dos ouvidos, 52% disseram que as tropas do país devem se retirar do Afeganistão. Quando perguntados sobre a possibilidade de êxito na guerra, 58% dos entrevistados afirmaram que não havia formas de superar as forças do Talibã.
Na esteira disso, a própria natureza da administração afegã representada pelo presidente Hamid Karzai é questionada. E com razão, diga-se de passagem. Afinal, qual o sentido de dar continuidade a uma luta cujos resultados estão sendo capitalizados pelo corrupto governo pró-ocidente?
Diante deste quadro, parte da imprensa britânica defende a alternativa de negociar com os talibãs. A estratégia já foi cogitada pelo alto comando americano no Afeganistão. Mas, como já escrevi outras vezes, a resistência ao grupo radical esbarra na realidade: combatentes que aderem ao movimento extremista recebem cerca de 300 dólares mensais; a contraproposta americana gira em torno de 100 dólares de salário.
É impossível dobrar a resistência diante deste quadro. Até porque o duro cotidiano da população não permite grandes debates filosóficos e ideológicos. Quem paga mais leva. É triste admitir isso, mas é o que vem ocorrendo na prática.
Por outro lado, outras tentativas de cessar-fogo já foram feitas, sem sucesso. É por isso que, muita gente, considera a guerra do Afeganistão realmente impossível de ser vencida. É preciso pensar em alternativas criativas que priorizem ações práticas e lidem com as variáveis existentes no campo de batalha.
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