segunda-feira, 6 de julho de 2009

A parceria entre Arábia Saudita e Israel para interromper os planos nucleares do Irã

O cenário que expus tantas vezes por aqui começa a tomar forma. Israel vai atacar o Irã num prazo que deve variar entre o final deste ano e o início do ano que vem.

Depois de o vice-presidente americano, Joe Biden, afirmar em entrevista que este é um assunto que cabe a Israel decidir como país soberano, o sinal verde foi dado de forma bastante clara. Mas não é apenas isso.

Reportagem publicada pelo jornal inglês Sunday Times divulga uma informação importantíssima para tornar a interrupção do programa nuclear do Irã pelos israelenses viável.

Segundo a publicação, o chefe do Mossad – o serviço secreto de Israel – já teria informado ao primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, que a Arábia Saudita concordaria em ceder seu espaço aéreo para que os caças da força aérea de Israel pudessem chegar ao Irã.
É claro que os sauditas irão negar a informação publicamente. Mas é bem provável que ela seja verdadeira mesmo. De fato, o país não deve formalmente liberar seu espaço aéreo, mas simplesmente “fechar os olhos” para a passagem dos aviões israelenses sobre o território.

Há muito tempo venho abordando este assunto por aqui. No dia 11 de maio publiquei o texto com o título “um cenário improvável está para se tornar real no Oriente Médio”. Para relembrá-lo, clique aqui.

Sem entrar em muitos detalhes já que o post de maio é bem focado neste tema, vale citar que os países sunitas estão profundamente incomodados com as ambições nucleares iranianas. Mais do que isso, não enxergam com bons olhos a tentativa da república islâmica de se tornar a maior potência militar da região.

A obtenção de armas nucleares serve bem a este propósito de Teerã. Os interesses israelenses ao atacar o Irã são bem diferentes, como se sabe. Mas, sob a ótica dos Estados sunitas, a operação militar do Estado Judeu irá cair como um luva em suas estratégias políticas regionais. Não haverá qualquer desgaste político e militar e, além disso, poderão condenar Israel publicamente.

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