Ainda não bateu por aqui, mas nos próximos dois dias os líderes dos 20 países mais industrializados do mundo se reúnem no Canadá. Como símbolo da desigualdade, o G20 representa 85% da economia global. Curiosamente, o grupo que foi criado como expansão do G8 não deve conseguir atingir nenhuma decisão prática importante.
Aliás, cabe lembrar que, apesar da existência do G20, o G8 não foi desfeito. A reunião do seleto grupo – a seleção da seleção – também acontece no Canadá. A diferença é que ocorre em Muskoska, enquanto o G20, em Toronto. As críticas ao patrocínio governamental canadense aos encontros já são muitas. Em primeiro lugar, antes de qualquer divergência teórica, o primeiro-ministro Stephen Harper destinou 1 bilhão de dólares para cuidar da segurança, informa o Huffington Post. O político também pagou 2 milhões de dólares para a construção de um lago artificial no centro de imprensa (foto).
Além do aparato circense, é preciso recordar a primeira reunião envolvendo os chefes de Estado do grupo, há um ano e meio. Na ocasião, a ideia era debater a crise financeira que se abateu principalmente sobre EUA e Europa. Sem meias palavras, o objetivo era bem direto, como sempre, em casos deste tipo: contar com o apoio dos países emergentes para encontrar alternativas que resolvessem o problema originado nas economias desenvolvidas. Longe de qualquer discurso democrata, a intenção era basicamente esta. E agora não é diferente.
A diferença, no entanto, é que os europeus participam dos encontros mais acanhados do que nunca. O déficit enfrentado pelos países da zona do euro é um dos principais temas a serem discutidos. Quem paga o pato, para variar, são os cidadãos. O Estado quer cortar gastos e as soluções são as de sempre: demissões, redução de salários, aumento da idade mínima de aposentadoria. Desde quando isso é novidade suficiente para justificar o empenho destinado à realização de encontros como G8 e G20?
"Nas mentes do velho mundo representado pelo G8 havia a esperança de que, ao expandir o grupo, esses países poderiam espalhar o ônus de encontrar uma solução para o desastre financeiro que se abateu sobre eles. Da mesma maneira que lidou com a mudança climática, a velha geração exigia que a nova pagasse por seus pecados", escreve Adrian Hamilton, do britânico Independent.
Obviamente, os Estados em desenvolvimento, como o Brasil, sabem disso. O interesse de Lula em participar do encontro é distinto. Já que está claro que as velhas fórmulas não serão alteradas, a ideia é aproveitar este fórum para reafirmar a agenda política brasileira, sua força internacional e a urgência do Itamaraty para a reforma das arenas de discussão multilaterais. Os países em desenvolvimento vão se comportar da mesma maneira. A viagem vai valer também uma bela foto dos líderes mundiais reunidos.
Aliás, cabe lembrar que, apesar da existência do G20, o G8 não foi desfeito. A reunião do seleto grupo – a seleção da seleção – também acontece no Canadá. A diferença é que ocorre em Muskoska, enquanto o G20, em Toronto. As críticas ao patrocínio governamental canadense aos encontros já são muitas. Em primeiro lugar, antes de qualquer divergência teórica, o primeiro-ministro Stephen Harper destinou 1 bilhão de dólares para cuidar da segurança, informa o Huffington Post. O político também pagou 2 milhões de dólares para a construção de um lago artificial no centro de imprensa (foto).
Além do aparato circense, é preciso recordar a primeira reunião envolvendo os chefes de Estado do grupo, há um ano e meio. Na ocasião, a ideia era debater a crise financeira que se abateu principalmente sobre EUA e Europa. Sem meias palavras, o objetivo era bem direto, como sempre, em casos deste tipo: contar com o apoio dos países emergentes para encontrar alternativas que resolvessem o problema originado nas economias desenvolvidas. Longe de qualquer discurso democrata, a intenção era basicamente esta. E agora não é diferente.
A diferença, no entanto, é que os europeus participam dos encontros mais acanhados do que nunca. O déficit enfrentado pelos países da zona do euro é um dos principais temas a serem discutidos. Quem paga o pato, para variar, são os cidadãos. O Estado quer cortar gastos e as soluções são as de sempre: demissões, redução de salários, aumento da idade mínima de aposentadoria. Desde quando isso é novidade suficiente para justificar o empenho destinado à realização de encontros como G8 e G20?
"Nas mentes do velho mundo representado pelo G8 havia a esperança de que, ao expandir o grupo, esses países poderiam espalhar o ônus de encontrar uma solução para o desastre financeiro que se abateu sobre eles. Da mesma maneira que lidou com a mudança climática, a velha geração exigia que a nova pagasse por seus pecados", escreve Adrian Hamilton, do britânico Independent.
Obviamente, os Estados em desenvolvimento, como o Brasil, sabem disso. O interesse de Lula em participar do encontro é distinto. Já que está claro que as velhas fórmulas não serão alteradas, a ideia é aproveitar este fórum para reafirmar a agenda política brasileira, sua força internacional e a urgência do Itamaraty para a reforma das arenas de discussão multilaterais. Os países em desenvolvimento vão se comportar da mesma maneira. A viagem vai valer também uma bela foto dos líderes mundiais reunidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário